
A informação foi divulgada em um estudo comandado por pesquisadores da Universidade Nacional Changhua de Educação, que fica em Taiwan, em parceria com a Universidade Murdoch, localizada na Austrália. Eles apontaram que a mutação do novo coronavírus (Sars-Cov-2) se mostrou menos capaz de se ligar a um receptor nas células humanas chamado ACE2, uma enzima encontrada nos pulmões.
A pesquisa afirma também que o Sars-Cov-2 , vírus que causa a Covid-19, tem uma taxa de mutação baixa, mas que isso não pode ser encarado como um ponto positivo pelos cientistas: "mesmo com essa baixa taxa, mutações com maior virulência e características de imunidade já surgiram".
Apesar do aviso, há quem não o considere tão alarmante assim. Jenna Macciochi, imunologista da Universidade de Sussex, ressaltou que os resultados da pesquisa são relevantes, mas disse não acreditar que poderão destruir os esforços feitos até o momento na busca por uma vacina.
"Pequenas mutações são esperadas em todo tipo de vírus . Esta que foi reportada por eles parece ter grau de conexão menor com as células humanas, o que significa que é menos virulenta e, potencialmente, tem menor capacidade de infecção. Por isso, não acredito que tal descoberta possa acabar com as pesquisas feitas até o momento", afirmou Macciochi, em entrevista ao jornal norte-americano New York Post.
Outro que seguiu a análise da imunologista foi o professor Benjamin Neuman, da Universidade Texas A&M. Segundo ele, as constantes mutações apenas forçarão os pesquisadores a realizarem testes mais periódicos: "o vírus Influenza muda constantemente, na mesma taxa do novo coronavírus , e nós somos capazes de atualizar as vacinas e proteger a população".