"É algo difícil de perceber durante uma crise, identificar todos os casos e identificar todos os mortos", disse Maria Van Kerkhove, autoridade responsável pela gestão da pandemia na OMS, em uma coletiva de imprensa virtual.
A contagem dos mortos tornou-se difícil por fatores como excesso de trabalho por parte do pessoal de saúde, que dá prioridade aos doentes, o isolamento dos pacientes em suas casas ou por causa de processos burocráticos.
A China anunciou nesta sexta mais 1.290 mortos em Wuhan, onde teve início a pandemia, em dezembro. A revisão se deveu a doentes que morreram em casa, informaram as autoridades. O número total de vítimas fatais é agora de 4.632.
Segundo Maria van Kerkhove, para o novo balanço a China utilizou dados de funerárias, hospitais, laboratórios, prisões, clínicas e asilos.
Nesta sexta, o presidente Donald Trump acusou Pequim de subestimar o balanço das vítimas na China.
"A China acaba de anunciar uma duplicação no número de mortes pelo Inimigo Invisível. É muito maior que isso e muito maior que o dos Estados Unidos, não está sequer perto!", disse o presidente, cujo país tem mais de 33.000 mortos.
"Não houve mentira alguma e jamais autorizaríamos alguma mentira", argumentou, por sua vez, o ministro chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
Desde que surgiu no final de 2019, em Wuhan, o novo coronavírus infectou mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo e obrigou mais de 4,5 bilhões de pessoas a ficarem confinadas.