"Embora a situação na Europa esteja melhorando, globalmente está piorando", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista em videochamada, em Genebra.
O novo coronavírus já matou mais de 403.000 pessoas e infectou ao menos 7 milhões desde que surgiu na China em dezembro do último ano, de acordo com o último relatório da AFP baseado em fontes oficiais.
Depois de inicialmente atingir o Leste Asiático, em seguida a Europa se tornou o epicentro da pandemia, que agora ocorre na América.
"Em nove dos últimos 10 dias, mais de 100.000 casos foram relatados. Ontem, mais de 136.000 casos foram contabilizados, o máximo em um único dia", acrescentou.
Segundo o chefe da OMS, quase 75% dos casos registrados no domingo estavam concentrados em 10 países, a maioria da América e do sul da Ásia.
Ele alertou que nos países em que a situação parece estar melhor, a "maior ameaça é a autocomplacência", e acrescentou que "globalmente, a maioria das pessoas continua sendo suscetível a se infectar".
"Estamos há mais de seis meses nessa pandemia, não é o momento para nenhum país colocar o pé no acelerador", manifestou.
Em relação a onda de protestos a partir da morte do americano George Floyd, o diretor-geral pediu que aumentem os cuidados para evitar que os contágios disparem, principalmente nas concentrações em massa.
"A OMS apoia completamente a igualdade e o movimento global contra o racismo. Recusamos qualquer tipo de discriminação", afirmou.
"Incentivamos que todos os que se manifestem em todo o mundo o façam de forma segura", indicou. "Na medida do possível, mantenham-se a um metro de distância um dos outros, lavem as mãos, cubram a boca ao tossir e usem máscaras se forem manifestar", acrescentou.
Por sua vez, o diretor de Emergências da OMS, Michael Ryan, indicou que em "concentrações em massa", "os responsáveis locais de saúde pública, seguindo a maior das precauções, podem aconselhar os participantes a fazer a quarentena depois dos protestos e que façam testes" da COVID-19.
Ryan, no entanto, lembrou que "se uma pessoa não está bem, realmente deveria ficar em casa e não participar de nenhuma atividade pública".