São Paulo - Em outubro de 2019, a norte-americana Aela Mansmann, 15 anos, fez uma publicação nas redes sociais que repercutiu em todo o país. A adolescente tirou uma foto no banheiro da escola, Cape Elizabeth, no estado de Maine, Estados Unidos, onde aparece um post-it no espelho com os seguintes dizeres: “Há um estuprador em nossa escola e você sabe quem é”.
Depois do post da jovem, outras alunas passaram a deixar mensagens em post-its nos banheiros do colégio com pequenos relatos dos abusos que estavam sofrendo. Após a repercussão, a escola suspendeu Aela com a alegação de que a adolescente teria praticado bullying com a sua publicação, mesmo não tendo identificado quem seria o “estuprador”.
Em entrevista ao site BuzzFeed News, a adolescente explica que estava “de saco cheio” pela quantidade de assédio e abuso que suas colegas contavam ter passado. Aela também estava cansada de ver os agressores livres sem qualquer consequência. Por isso, decidiu se manifestar.
Os pais de Aela entraram na justiça para cancelar a suspensão da adolescente e conseguiram. A escola recorreu e o caso foi para a segunda instância, mas, na quinta-feira (6), uma corte federal em Boston decretou que a suspensão deveria ser derrubada. Para Aela, essa decisão é uma vitória para as estudantes e defensores de vítimas de violência sexual.
A adolescente afirma vai continuar usando sua voz para falar por vítimas de estupro e pretende trabalhar para que escolas de todo o país mudem suas políticas em relação a agressões sexuais.