O número divulgado pelo estudo, o quarto deste tipo na Espanha, aponta para um número de infectados bem superior aos mais de 3 milhões citados em 23 de outubro pelo presidente do governo, Pedro Sánchez.
Da mesma forma, o número supera em muito o balanço oficial de casos diagnosticados desde o início da pandemia, de 1,76 milhão, segundo o Ministério da Saúde.
As conclusões do estudo indicam que "a prevalência global de anticorpos IgG contra SARS-CoV-2" é de 9,9%.
Isso significa que "uma em cada dez pessoas na Espanha teria sido infectada pelo coronavírus desde o início da pandemia", afirma o Ministério da Saúde em um comunicado.
Participaram do trabalho de campo um total de 51.409 pessoas, entre 16 e 29 de novembro.
O impacto da epidemia tem sido desigual em todo o país, com maior soroprevalência em Madri (18%), Barcelona, Navarra (norte) e na província de Saragoça (nordeste).
Por outro lado, existem áreas onde a soroprevalência não chega a 5%, como as Ilhas Canárias ou Valência.
Marina Pollán, coordenadora do estudo, destacou em entrevista coletiva que se observa uma "alta prevalência" em profissionais de saúde (quase 17% no acumulado), mulheres cuidadoras de idosos (16%) e faxineiras (quase 14%).
Da mesma forma, a soroprevalência é maior entre os estrangeiros, 13%.
A Espanha é um dos países que mais sofreu com a pandemia, com 1,76 milhão de casos diagnosticados e 48.401 mortes, de acordo com o balanço oficial.
O governo espera poder começar a aplicar as primeiras vacinas já no início do ano, confiando que a Agência Europeia de Medicamentos aprovará o imunizante da Pfizer-BioNTech na reunião de 21 de dezembro.