De acordo com a OVD-Info, neste domingo foram registradas prisões em pelo menos 35 cidades russas. As forças de segurança bloquearam o acesso ao centro de várias cidades para evitar que os manifestantes se reunissem nas marchas, que não foram autorizadas pelo governo. Em Moscou, estações de metrô foram fechadas e o tráfego de ônibus foi limitado. Os organizadores tiveram que mudar a localização dos protestos, que estavam marcados para acontecer na Praça Lubyanka. Os atos chegaram a se dirigir à prisão onde Navalni está detido, mas foram reprimidos por tropas de choque.
O esquema de segurança foi reforçado depois que dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em todo o país no último fim de semana. O Ministério do Interior chegou a avisar que quem fosse aos atos poderia ser acusado de participação em "revoltas em massa", crime que tem pena de 8 anos de prisão. Atos de violência contra a polícia podem ser punidos com 15 anos de detenção. Neste domingo, a polícia russa estava detendo pessoas que estavam nas ruas de maneira aleatória. Apenas em Moscou, foram 800 presos, incluindo a esposa de Navalni, Yulia.
Os Estados Unidos instaram a Rússia a libertar Navalni e criticaram as prisões em protestos. "Os EUA condenam o uso persistente de táticas contra manifestantes pacíficos e jornalistas por parte das autoridades russas, pela segunda semana consecutiva", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, no Twitter.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rejeitou o pedido de Blinken como uma "interferência rude nos assuntos internos da Rússia" e acusou Washington de tentar desestabilizar a situação no país apoiando os protestos.
Navalni foi envenenado na Sibéria em agosto de 2020, no que as autoridades ocidentais descreveram como uma tentativa de assassinato pelo estado russo. Ele foi levado de avião para a Alemanha e se recuperou. No dia 17 de janeiro, depois de voar para Moscou, foi preso no controle de passaportes. As autoridades russas negam as acusações de envenenamento.
O líder da oposição acusa Putin de encomendar o seu assassinato, enquanto o presidente russo nega envolvimento com o caso. O governo afirma que Navalni violou os termos da liberdade condicional de uma pena suspensa, que ele recebeu há seis anos. Agora, o Kremlin tenta condená-lo a um ano de prisão. Por enquanto, Navalni deve permanecer detido pelo menos até 15 de fevereiro.