Príncipe Harry disse que não teria se afastado da família se não fosse pela esposa, porque estava preso sem saberReprodução/YouTube
A entrevista de duas horas com a rainha do programa de bate-papo dos Estados Unidos é a maior revelação da realeza desde que a princesa Diana, mãe de Harry, detalhou seu casamento em ruínas com seu pai, o príncipe Charles, em 1995.
A admissão de Diana a respeito de um caso extraconjugal com o ex-oficial da cavalaria James Hewitt e sua declaração sobre seu matrimônio de que "havia três de nós neste casamento" - depois que Charles admitiu ser infiel à esposa em uma entrevista separada - foi assistida por mais de 22 milhões de pessoas no Reino Unido.
Mas isso pode ser eclipsado pela entrevista de Harry e Meghan com Winfrey, que supostamente a vendeu para a emissora americana CBS por US$ 7-9 milhões. Winfrey também detém os direitos internacionais, o que alimentará em todo o mundo o apetite sobre a centenária monarquia do Reino Unido - e seus problemas.
Os espectadores irão sintonizar para ver se Meghan e Harry têm contas a acertar com o Palácio de Buckingham desde que abriram mão dos títulos reais - e se sim, até onde irão?
Campanha de difamação?
A ex-atriz de televisão, de 39 anos, foi retratada em alguns jornais britânicos como obstinada, calculista e mimada, e o casal como sendo temerário e egoísta por abandonar a vida real.
Mas em sua defesa, os apoiadores de Meghan, principalmente nos Estados Unidos, cogitam indícios de racismo, alegando que a monarquia não poderia lidar com uma "mulher negra forte".
Em um trecho, Meghan, que está grávida do segundo filho do casal, acusou a realeza de orquestrar uma campanha de difamação calculada e "perpetuar mentiras" sobre eles.
Isso aconteceu horas depois de que se foi divulgado que ela estava enfrentando uma investigação interna do palácio sobre alegações de que havia intimidado funcionários da casa real depois que ela e Harry se casaram em 2018.
Há outros relatos de que o casal enfrenta uma investigação sobre sua fundação de caridade, que foram vistos como uma contra-ofensiva da realeza em uma batalha amarga por apoio público e simpatia.
Dedicação ao serviço
A comemoração do Dia da Commonwealth britânica normalmente ocorre de forma discreta no Reino Unido, mas este ano foi observada de perto em busca de sinais de críticas implícitas a Harry e Meghan.
Em um discurso pré-gravado exibido na televisão, a rainha falou sobre a importância da "dedicação ao serviço" depois que assuntos como dever e serviço se tornaram uma questão quando Harry e Meghan se afastaram permanentemente de seus papéis como membros da realeza.
"Embora as experiências do ano passado tenham sido diferentes em toda a comunidade, exemplos estimulantes de coragem, compromisso e dedicação abnegada ao serviço foram demonstrados em cada nação e território da Commonwealth", ressaltou.
No mês passado, quando o Palácio de Buckingham confirmou que o casal não voltaria aos seus cargos reais, declarou que eles não "continuariam com as responsabilidades e deveres relacionados a uma vida de serviço público".
Trechos divulgados no sábado mostraram William e sua esposa Kate - com quem Harry e Meghan supostamente se desentenderam - elogiando os profissionais de saúde globais por seu trabalho durante a pandemia do novo coronavírus.
Isso provavelmente alimentará comparações desfavoráveis com Harry e Meghan, que foram criticados por alguns meios de comunicação por reclamar de suas próprias vidas, mesmo após assinarem negócios lucrativos no ano passado.
O casal, conhecido formalmente como Duque e Duquesa de Sussex, provavelmente obterá mais simpatia pública - e um maior perfil - nos Estados Unidos.
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