O governo planeja imunizar 16,6 milhões de pessoas em seis meses, incluindo cinco milhões com mais de 60 anos até o final de junho.
As metas serão cumpridas, se a África do Sul receber as vacinas compradas a tempo, disse o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, no domingo à noite (16).
"Até o final de junho, esperamos ter recebido 4,5 milhões de doses da Pfizer e dois milhões de doses da Johnson & Johnson", disse Mkhize à imprensa.
País africano oficialmente mais afetado pela pandemia, com mais de 1,6 milhão de casos de contágio e 55.210 óbitos, a África do Sul vacinou até agora apenas 1% de sua população.
No início de fevereiro, a vacina da britânica AstraZeneca foi descartada, em meio a dúvidas sobre sua eficácia contra a variante local.
Em meados de abril, a vacina da americana Johnson & Johnson foi suspensa, depois que casos de coágulos sanguíneos foram observados nos Estados Unidos.
Recentemente, o governo retomou a vacinação de 1,25 milhão de pessoas que trabalham no setor de saúde.
O governo sul-africano afirma que comprou doses suficientes para imunizar pelo menos 45 milhões de seus 59 milhões de habitantes. Esta quantidade seria suficiente para alcançar a imunidade coletiva, uma meta inicialmente prevista para ser atingida até o fim do ano.
No início de maio, a África do Sul recebeu um primeiro lote de mais de 320.000 vacinas do laboratório americano Pfizer, de um pedido total de 4,5 milhões de doses.
Retomada com atraso
Segundo especialistas, este atraso é, em parte, responsável pelo novo aumento dos contágios, que voltaram a se acelerar nas últimas semanas no país. No final de 2020, a África do Sul foi muito afetada por uma segunda onda de covid-19.
"Se as vacinas tivessem sido distribuídas muito antes, isso teria ajudado" a evitar os contágios, embora outros fatores tenham pesado, como o abandono das medidas de prevenção, afirma Nombulelo Magula, especialista em medicina interna e membro do conselho científico do Ministério da Saúde.
Já o virologista Barry Schoub, também membro do conselho científico, aponta que a difusão das vacinas em outras partes do mundo não evitou uma retomada da pandemia. "Basta examinar o que aconteceu no Reino Unido, ou na Europa", disse ele à AFP.
Entre a última semana de abril e a primeira de maio, o número de casos na África do Sul teve um aumento de 46%. E, segundo o Ministério da Saúde, os óbitos por covid-19 subiram mais de 18%, ainda que o registro de entradas nos hospitais se mantenha estável.