Oeste de Europa se mobiliza diante do desastre provocado por tempestades, que já deixaram mais de 150 mortosAFP
Na Alemanha, o país mais sofrido por esse fenômeno climático extremo, as chuvas devastadoras custaram 133 vidas.
"Mas teme-se que o número de mortos aumente", disse um porta-voz da polícia na cidade de Koblenz, estado da Renânia-Palatinado, um dos mais afetados pela tragédia.
Só neste estado há 90 mortos, “cerca de 618 feridos” e cerca de 60 desaparecidos, segundo autoridades.
A esse balanço somam-se 43 mortes registradas na Renânia do Norte-Vestfália, outro dos estados alemães atingido pela tempestade, para onde foram enviados 19 mil socorristas.
Aos poucos, os moradores que tiveram que sair, quase fugindo, de suas casas ameaçadas pela água estão voltando. Muitos encontram um cenário desolador: paredes arrancadas pela força da corrente, árvores que caíram, veículos arrastados, estradas e pontes afundadas ou corte de energia.
"Há 48 horas vivemos um pesadelo. Damos voltas e voltas e não podemos fazer nada", disse Cornelia Schlösser à AFP, observando o péssimo estado da padaria da família na cidade de Schuld, afetada pelas enchentes.
“Em questão de minutos, uma onda entrou na casa”, acrescenta.
Buscas por desaparecidos
É necessário drenar a água, avaliar os edifícios danificados, alguns dos quais terão de ser demolidos, restaurar a eletricidade, gás e telefone, além de abrigar quem perdeu tudo.
Danos nas redes de comunicação, que tornam muitas pessoas inacessíveis, também complicam a tarefa de estabelecer um balanço confiável de pessoas desaparecidas.
E as autoridades continuam em alerta. No distrito de Heinsberg, na Renânia do Norte-Vestfália, os muros de contenção de uma barragem cederam na noite de sexta-feira e 700 pessoas tiveram que ser evacuadas.
O governo informou ainda que trabalha na criação de um fundo especial de ajuda já que as perdas com as cheias devem alcançar bilhões de euros.
A solidariedade também é organizada entre os cidadãos e há convocatórias para doações em todo o país, além do apoio prometido de grandes empresas, como a montadora de automóveis Volkswagen.
"Esperamos encontrar mais vítimas", disse Carolin Weitzl, prefeita de Erfstadt, perto de Colônia, onde um deslizamento de terra destruiu várias casas.
O governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, garantiu que a catástrofe tem "uma magnitude histórica".
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