Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom GhebreyesusReprodução/Instagram

A Organização Mundial da Saúde pediu novamente nesta quarta-feira, 8, que as pessoas vacinadas contra a covid-19 não recebam uma dose de reforço e que as vacinas sejam enviadas aos países pobres, que conseguiram imunizar apenas uma pequena parte de sua população.
"Por enquanto, não queremos um uso generalizado das doses de reforço para as pessoas em boa saúde que estão totalmente vacinadas", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.
"Não ficarei calado enquanto as empresas e os países que controlam o fornecimento mundial de vacinas pensam que os pobres do mundo devem se contentar com os restos", criticou.

Em agosto, o chefe da OMS quis decretar uma moratória sobre as doses de reforço até o final de setembro, mas vários países ricos não responderam ao apelo e lançaram sua campanha de reforço da vacinação, ou terceira dose. Nesta quarta-feira, Tedros pediu "para prolongar a moratória pelo menos até o final de 2021 para que cada país possa vacinar ao menos 40% de sua população".

O governo dos Estados Unidos novamente discordou da posição da OMS nesta quarta-feira e defendeu a "responsabilidade" de Joe Biden de "proteger a população" de seu país.

"Faremos as duas coisas (uma dose de reforço para os americanos e dar vacinas para os países pobres). Achamos que podemos fazer as duas coisas e continuaremos a fazer as duas coisas", disse a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki.

"Os objetivos mundiais da OMS são ajudar cada país a vacinar ao menos 10% de sua população até o final do mês, ao menos 40% até o fim do ano e 70% da população até meados do ano que vem", disse Tedros.

Ele lamentou que os países ricos tenham fornecido somente 15% das bilhões de doses prometidas.

"Não queremos mais promessas. Queremos vacinas!", afirmou.