Incêndio deixa pelo menos 24 mortos no JapãoAFP

Ao menos 24 pessoas morreram nesta sexta-feira, 17, em um incêndio em uma clínica de saúde mental localizada em um edifício comercial da cidade japonesa de Osaka. No início da tarde, a imprensa japonesa informou o balanço de 24 mortes confirmadas e três pessoas hospitalizadas. Agora, a polícia investiga se o incêndio foi criminoso.
Algumas horas antes, um oficial do corpo de bombeiros de Osaka afirmou que 27 pessoas tinham sido levadas para um hospital em situação de parada cardíaca, termo utilizado no país antes de um médico atestar oficialmente a morte.
O fogo começou pouco depois das 10h15 locais (22h15 de Brasília, quinta-feira) no quarto andar do edifício e foi controlado depois de meia hora. Imagens exibidas na televisão mostraram dezenas de bombeiros trabalhando dentro e fora do edifício de oito andares depois do incêndio. O prédio fica em um bairro comercial da segunda maior cidade do país.
O interior carbonizado do quarto andar do prédio era visível através das janelas quebradas. Este andar abrigava uma clínica que oferecia serviços médicos gerais e de saúde mental, conforme informou a imprensa local.

"Possível incêndio provocado"
As causas do incêndio ainda não foram determinadas, mas os investigadores privilegiam a pista de um um crime intencional.

"O departamento municipal de bombeiros está investigando a causa do incêndio. Recebi um relatório de que a polícia de Osaka está investigando o incêndio como um possível incêndio provocado", afirmou o governador regional Hirofumi Yoshimura.

Segundo imprensa local, um homem teria derramado um líquido inflamável no local. Muitas vítimas morreram por intoxicação de monóxido de carbono. Uma mulher que testemunhou o incêndio disse ao canal NHK que havia "muita fumaça... e um cheiro muito forte também".

Outra testemunha afirmou que uma mulher bloqueada no quarto andar "se inclinou (na janela) e gritava coisas como 'ajuda'. Ela parecia muito fraca. Inalou muita fumaça".

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ofereceu condolências às vítimas e acrescentou: "devemos chegar ao fundo deste caso horrível, esclarecer por quê e como aconteceu. E devemos tomar medidas para evitar a repetição".

Os incêndios fatais são raros no Japão, um país com regulamentações rígidas de construção e baixos índices de criminalidade. No ano passado, no entanto, um homem foi acusado pelo incêndio criminoso de 2019 em um estúdio de animação de Kyoto que matou 36 pessoas, o crime mais violento no país em décadas.

Em 2008, um ataque similar em uma locadora de vídeos de Osaka matou 16 pessoas. O autor do crime foi condenado e está no corredor da morte.