Comissão alega que ficou 'impossível apurar com precisão o total de pessoas assintomáticas' que estão com o vírusNicolas Asfouri/AFP

Pequim - A Comissão Nacional de Saúde da China decidiu restringir a divulgação de casos de covid-19, a partir desta quarta-feira, 14. A decisão é tomada à medida que o volume de testes PCR para detecção da doença sofreu uma acentuada queda, desde que o governo relaxou medidas de combate após os casos diários atingirem recordes sucessivos.

Segundo o comunicado, a comissão não irá mais publicar números diários sobre casos de covid-19 em que não sejam identificados sintomas, já que ficou "impossível apurar com precisão o total de pessoas assintomáticas infectadas". Conforme o texto, estes indivíduos geralmente respondem pela maior parte dos novos casos.
Os únicos dados que vão ter divulgação serão os confirmados em instalações de teste públicas. A mudança impõe um grande desafio à China, que vem revertendo sua política de "covid zero".
Como o teste PCR em massa deixou de ser obrigatório e pessoas com sintomas leves agora podem se recuperar em casa, em vez de se internarem em hospitais de campanha que ficaram conhecidos pela superlotação e falta de higiene, ficou mais difícil quantificar o número real de casos.

Sem a contagem de casos assintomáticos, a China divulgou apenas 2.249 infecções "confirmadas" nesta quarta-feira, elevando o total em âmbito nacional para 369.918, mais do que o dobro do patamar observado em 1º de outubro.
Desde o início da pandemia, o país asiático contabilizou 5.235 mortes por covid-19, ante 1,1 milhão de óbitos nos EUA.