Anas HaqqaniAFP
Líder talibã critica príncipe Harry por mortes em missão no Afeganistão
Filho do rei Charles III revelou que matou 25 pessoas enquanto serviu às tropas britânicas no país
Um alto funcionário talibã criticou o príncipe Harry nesta sexta-feira, 6, após ele revelar que matou 25 pessoas durante seu serviço militar no Afeganistão e afirmar que era como remover "peças de xadrez" de um tabuleiro.
Em suas memórias, que serão publicadas na semana que vem, Harry revela o número exato de pessoas que abateu durante duas missões, informou a imprensa britânica. "Meu número é 25. Não é um número que me dê satisfação, mas também não me envergonha", escreveu.
Anas Haqqani, um alto líder talibã, criticou o duque de Sussex por seus comentários, relembrando que os afegãos que ele matou tinham família.
"Sr. Harry! Aqueles que você matou não eram peças de xadrez, eram humanos", tuitou Haqqani, acusando o príncipe de cometer "crimes de guerra".
"A verdade é o que você disse: nossos inocentes foram peças de xadrez para seus soldados, líderes militares e políticos. Ainda assim, eles foram derrotados nesse 'jogo'", continuou.
O porta-voz do governo afegão, Bilal Karimi, também criticou as declarações do príncipe Harry. "Tais crimes não se limitam a Harry, mas todo o país ocupante tem uma história desses crimes em nosso país", tuitou.
"Os afegãos nunca esquecerão os crimes dos ocupantes e sempre manterão vivo o espírito de proteger sua religião e seu país", acrescentou.
Harry serviu por dez anos no Exército britânico, chegando ao posto de capitão. Cumpriu duas missões contra o Talibã: primeiro, como controlador aéreo, em 2007 e em 2008; e, depois, como piloto de helicóptero de ataque (2012-2013).