Ardern foi recebida com abraços por dezenas de ex-funcionários e admiradores no pátio do Parlamento ao deixar o prédioMarty Melville/AFP

Jacinda Ardern deixou o cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia nesta quarta-feira, 25 (pelo horário local, noite de terça-feira em Brasília), após sua renúncia surpresa como chefe de governo na última semana. Ela foi saudada por funcionários e parlamentares em sua última aparição oficial.
Seu aliado Chris Hipkins, de 44 anos, foi empossado como o novo primeiro-ministro pelo governador-geral da Nova Zelândia em uma cerimônia na capital, Wellington. "Este é o maior privilégio e responsabilidade da minha vida", declarou Hipkins ao assumir o cargo. "Estou motivado e entusiasmado com os desafios que temos pela frente."
Ardern declarou, na última quinta-feira, 19, que não tinha mais "energia" para continuar ocupando a cadeira, depois de conduzir o país em meio a catástrofes naturais. Entre os desafios também estiveram o pior ataque terrorista da sua história e a pandemia da covid-19.
Na terça-feira, 24, ela fez sua última aparição oficial como primeira-ministra. Na ocasião, Ardern disse que o que mais sentiria falta era das pessoas, pois eram a "alegria do seu trabalho". Na manhã desta quarta-feira, ela foi recebida com abraços e aplausos por dezenas de ex-funcionários e admiradores no pátio do Parlamento ao deixar o prédio.
Jacinda Ardern, de 42 anos, planeja permanecer como legisladora de bancada até abril para evitar desencadear uma eleição especial antes das eleições gerais do país, que acontecem em outubro. Seu governo de centro-esquerda lutou nos últimos dois anos com o aumento da inflação, uma possível recessão e a ascensão da oposição conservadora.
Hipkins, o arquiteto da resposta da Nova Zelândia à pandemia, agora enfrenta a tarefa de elevar os baixos índices de aprovação do governo antes das eleições gerais de outubro.
Pai de dois filhos e apelidado de "Chippy", ele se considera um "Kiwi normal e comum", vem de uma família da classe trabalhadora e gosta de ir de bicicleta para o trabalho. "A covid-19 e a pandemia criaram uma crise de saúde. Agora, criou uma crise econômica e é aí que meu governo se concentrará", havia afirmado Hipkins anteriormente.