Valas comuns foram descobertas perto de Camp Speicher depois que as forças iraquianas recapturaram a área em 2015AFP

Um tribunal iraquiano condenou 14 pessoas à morte por enforcamento por seu papel no massacre em 2014 de centenas de recrutas pelo grupo Estado Islâmico (EI) no norte de Bagdá, anunciou a autoridade judicial nesta quinta-feira (26).
Este massacre, conhecido pelo nome de "Speicher" (nome da base onde os soldados foram sequestrados), teria causado até 1.700 mortes em junho de 2014, e seria uma das piores atrocidades cometidas pelo EI no Iraque.
O Tribunal Penal de Al Rusafa, em Bagdá, pronunciou "sentenças de morte contra 14 criminosos terroristas por sua participação no massacre do Acampamento Speicher em 2014", disse a autoridade judicial em um comunicado, sem especificar a nacionalidade dos réus.
Em 2016, 36 homens foram enforcados por sua participação nesses eventos.
Segundo a lei iraquiana, os condenados têm 30 dias para apelar. Os decretos que autorizam as execuções devem ser assinados pelo presidente do país.
No total, em 2021, o Iraque executou 17 pessoas, condenadas por diversas causas, segundo a Anistia Internacional.
O massacre de Speicher chocou o mundo com sua brutalidade.
Aconteceu nos primeiros dias da ofensiva do EI no Iraque em junho de 2014, com a qual conseguiu o controle de Mossul, a segunda cidade do país que se tornou reduto do grupo jihadista, até ser retomada pelo Exército iraquiano e por uma coalizão internacional em 2017.
Os jihadistas executaram os recrutas um a um, segundo imagens de propaganda divulgadas pelo EI. Alguns corpos foram jogados no rio Tigre e outros foram enterrados em valas comuns.
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