EX-funcionário dise que Google está "parando de funcionar"Divulgação
O ex-funcionário também aponta que o "queijo" que é oferecido aos profissionais são "promoções, bônus, comida chique e vantagens extravagantes". Entretanto, qualquer senso de satisfação pessoal e o nível do impacto de seus trabalhos é altamente colocado de lado pela marca. É como se o foco fosse "faça sua função e não balance o barco".
Ou seja, para Praveen Seshadri, o Google poderia e deveria ser diferente dos demais, mas acaba seguindo por uma linha padrão que é feita para agradar outros "Googlers" e investidores. Nada mais do que isso. Por esse motivo, ele apontou os quatro problemas mencionados no início do texto: falta de missão, falta de urgência, desilusões de excepcionalidade e má gestão.
O criador da série de quadrinhos Goomics, um ex-engenheiro do Google chamado Manu Cornet, já divulgou diversas histórias que destacam a falha no processo de avaliação de funcionário, pois ela não correlaciona o sucesso do produto ou a "felicidade do usuário" com o avanço na carreira pessoal.
Como resultado, alguns produtos são sacrificados ou ignorados enquanto os funcionários se concentram em serem promovidos. Além disso, o autor acredita que dois dos valores da empresa: "respeite o usuário" e "respeite a oportunidade" não são levados na prática. Na opinião de Praveen Seshadri, a verdade é que a marca "respeita o risco".
Em outras palavras, ele afirma que há muita burocracia para tentar algo diferente, fazer algo novo e, até mesmo, para discordar de colegas e líderes.
Lideranças diminuem expectativas
Ele quer dizer que é necessário receber a aprovação de pessoas demais para que alguma decisão seja tomada. Os líderes dos times suportam esse pensamento, pois seguram as expectativas e travam tentativas de heroísmo por parte dos membros de suas equipes.
"Há documentos que ridicularizam explícita e orgulhosamente o heroísmo e afirmam que não apenas as equipes de produto não devem encorajar os 'heróis', mas também devem dissuadi-los ativamente. Se alguém optar por trabalhar duas vezes mais do que se espera dele, geralmente será impedido de fazê-lo porque precisa trabalhar com outras pessoas e isso forçaria os outros a trabalharem mais também", afirma.
Essa falta de urgência e má gestão que Praveen Seshadri aponta acaba desanimando muitos profissionais mais ativos e interessados em progredir. Ele destaca que essa cultura faz que nada realmente valha a pena lutar, transformando os empregados em puramente ratos.
Isso é o que Praveen Seshadri acredita ao dizer que "a companhia não pode mais buscar o sucesso evitando riscos. O caminho a seguir deve começar com a mudança de cultura e isso deve começar no topo".
Na opinião do profissional, a gigante de buscas precisa ter lideranças com missões claras, muito acima do ganhar dinheiro ou de criar tecnologia. Ela tem que ser sobre mudar o mundo efetivamente para os usuários reais e não apenas investidores.
Outra necessidade é a de parar de prometer e entregar de maneira insuficiente. Ser uma marca ambiciosa e mais urgente poderia ajudar muito a jornada do Google daqui pra frente. Não precisa apenas promover a paz, mas sim adicionar pontos para que a equipe lute junta para conseguir.
Por fim, mudar a cabeça de funcionários e gerentes também é algo importante. Arriscar mais e reconhecer o heroísmo pode trazer novas ideias e inovações, algo que o autor acredita que está faltando na gigante de buscas.
A divisão de Android, por exemplo, é famosa por trazer a sensação de que ela "não faz parte do Google". Isso porque essa equipe tenta muito mais, é mais produtiva e estável do que todas as outras áreas da companhia. Segundo Steve Yegge, outro autor que já trabalhou na empresa. Ela poderia ser um ponto de partida para mudanças reais no Google.
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