Presidente da Colômbia, Gustavo PetroReprodução: redes sociais

O presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro, demitiu na última segunda-feira (27) três ministros de seu gabinete, incluindo o centrista Alejandro Gaviria, titular da pasta da Educação, cujas críticas à reforma de Saúde proposta pelo governo vazaram à imprensa.
"Estamos em um momento decisivo para nossas reformas e precisamos de mais coesão e determinação. (...) Agradeço os serviços prestados por Gaviria", anunciou Petro em um discurso, no qual também informou as demissões da campeã olímpica María Isabel Urrutia e da dramaturga Patricia Ariza, ministras dos Esportes e da Cultura respectivamente.
"Decidi nomear Aurora Vergara como ministra da Educação e Astrid Rodríguez como ministra dos Esportes, para que com novas energias possam concluir o processo de reformas iniciadas", acrescentou Petro, que não anunciou um novo nome para comandar o ministério da Cultura.
O primeiro governo de esquerda da história da Colômbia apresentou há algumas semanas um projeto de lei que amplia o papel do Estado no sistema de saúde. O texto está sendo discutido no Congresso, onde o governo tem maioria graças a uma coalizão com partidos de centro, liberais e da direita moderada.
As primeiras mudanças no gabinete de Petro aconteceram um dia depois de o portal Cambio publicar uma carta dirigida ao presidente na qual três ministros, entre eles Gaviria, questionavam "os impactos fiscais do projeto e suas consequências para o orçamento".
"Agradeço a @petrogustavo pelo convite para fazer parte de seu governo. Minhas opiniões sempre tiveram um propósito construtivo dentro de um governo de coalizão pluralista", escreveu Gaviria no Twitter.
O ministro da Fazenda, José Ocampo, e a ministra da Agricultura, Cecilia López — que também assinaram o texto vazado —, estavam ao lado de Petro durante seu discurso. "A diversidade de opiniões é um valor que compartilho plenamente", acrescentou o presidente.
Petro explicou que levou em consideração as observações da carta e fez ajustes ao texto antes de apresentá-lo ao Congresso. Alejandro Gaviria descreveu a publicação do portal Câmbio como um "vazamento mal-intencionado".