De acordo com o ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez, há dez mil policiais e soldados na região de Cauca AFP
Após trégua, Colômbia realiza ofensivas contra Clã do Golfo
Governo Petro havia concordado com um cessar-fogo bilateral com facção criminosa desde 1º de janeiro
Bogotá - Militares colombianos mataram dois membros do Clã del Golfo e capturaram um de seus líderes na retomada das operações ofensivas contra o cartel de drogas mais poderoso do país, informou o Exército nesta terça-feira, 21.
O governo havia concordado com um cessar-fogo bilateral com essa organização desde 1º de janeiro, mas o presidente Gustavo Petro declarou guerra novamente, no domingo, por seus ataques contra a população civil e as forças públicas.
Na segunda-feira, as autoridades capturaram em Urabá, noroeste do país, um suspeito identificado como Andrés, apontado como "coordenador de pistoleiros (...) deste grupo ilegal", detalhou o Exército em um comunicado.
"No sul de Bolívar tivemos um confronto" que deixou dois membros do clã mortos, disse o general Luis Ospina em um vídeo enviado para a imprensa.
"O compromisso das tropas (...) será continuar desenvolvendo as operações militares", afirmou o coronel Luis Cifuentes, oficial encarregado da operação.
Os desencontros entre o governo e o Clã do Golfo estouraram na região do Baixo Cauca, no departamento de Antioquia, onde garimpeiros ilegais que, segundo Petro, são patrocinados por traficantes de drogas, aterrorizam os moradores, bloqueiam estradas e no domingo atiraram contra uma patrulha militar.
De acordo com o ministro da Defesa, Iván Velásquez, há dez mil policiais e soldados na área.
Depois de concordar com um cessar-fogo, Petro queria negociar com essa facção narcotraficante de origem paramilitar, responsável pela exportação de cerca de 700 toneladas de cocaína por ano, segundo dados oficiais.
O presidente também havia anunciado uma trégua com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), que mais tarde foi frustrada pela recusa dos rebeldes.
Hoje, mantém um pacto de não agressão com as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que não assinaram o acordo de paz em 2016 e um grupo paramilitar da Serra Nevada de Santa Marta.
Ao reativar as operações contra o Clã do Golfo, Petro confrontou o maior cartel de drogas da Colômbia, o principal produtor de cocaína do mundo. De acordo com estudos independentes, os tentáculos dessa organização chegam a quase todos os departamentos (estados) do país, inclusive a capital, Bogotá.
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