Viagem era planejada pelo soberano britânico como uma declaração de amizade dos dois ladosJane Barlow/AFP

A França e o Reino Unido decidiram nesta sexta-feira, 24, adiar a visita do rei Charles III inicialmente prevista para domingo, 26, devido aos atuais protestos contra a reforma da Previdência do presidente liberal Emmanuel Macron, anunciou a Presidência francesa.
"Os governos francês e britânico (...) tomaram esta decisão de acolher Sua Majestade o Rei Charles III nas condições que correspondem à nossa relação amigável", diz um comunicado do Eliseu, sem especificar qualquer nova data para a visita.
O soberano britânico planejava iniciar, na França, sua primeira viagem ao exterior desde sua ascensão ao trono. Na segunda-feira, 27, ele estava programado para participar de uma homenagem no Arco do Triunfo e de um jantar no Palácio de Versalhes, antes de viajar para Bordeaux (sudoeste) na terça-feira, 28,.
No entanto, a convocação de uma nova manifestação na terça-feira contra a reforma da Previdência a pedido dos sindicatos obrigou Londres e Paris a adiar a visita para uma data ainda a ser confirmada, principalmente quando os últimos protestos degeneraram em distúrbios.
O governo britânico afirmou na quinta-feira, 23, "não ter conhecimento de qualquer mudança de planos" na visita, apesar de considerar a ameaça de distúrbios e ações de protestos sindicais, especialmente durante a etapa em Bordeaux.
A adoção dessa lei por decreto e a inflexibilidade de Macron radicalizaram os protestos. O líder do sindicato CFDT, Laurent Berger, propôs nesta sexta "colocar em pausa" o seu plano para iniciar uma negociação que lhe permita sair da crise.