País contrariou tendência da União EuropeiaPixabay
Hungria assina novo acordo de acesso a gás russo, na contramão da UE
Gazprom, estatal russa de energia, confirmou o acordo
A Hungria assinou nesta terça-feira (11) novos acordos com a Rússia para garantir acesso à energia russa. O pacto sinaliza os contínuos laços diplomáticos e comerciais entre os dois países, que confundiram alguns líderes europeus em meio às sanções a Moscou pela guerra contra a Ucrânia.
Em uma coletiva de imprensa em Moscou, o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, disse que a estatal russa de energia Gazprom concordou em permitir que a Hungria, se necessário, importasse quantidades de gás natural além dos valores acordados em um contrato de longo prazo que foi alterado no ano passado. A Gazprom confirmou o acordo.
O preço do gás, que chegaria à Hungria através do gasoduto Turkstream, seria limitado a 150 euros (US$ 163) por metro cúbico, disse Szijjarto.
A viagem de Szijjarto à capital da Rússia foi incomum para um funcionário de um país da União Europeia (UE). A maioria dos membros do bloco de 27 nações se distanciou do presidente russo, Vladimir Putin, por causa de sua invasão da Ucrânia e procurou afastar seus países dos combustíveis fósseis russos. O governo húngaro, porém, fez forte lobby na UE para ser isento de quaisquer sanções impostas ao gás, petróleo ou combustível nuclear russo - sob a ameaça de vetar ações propostas da UE contra Moscou.
Em Moscou, Szijjarto se reuniu com o vice-primeiro-ministro russo para Energia, Alexander Novak, e o executivo-chefe da empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom, Alexey Likhachev. Durante a coletiva de imprensa, ele insistiu que o acesso ao fornecimento de energia russo era crucial para a segurança da Hungria, independentemente das considerações políticas trazidas pela guerra.
"Enquanto a questão do fornecimento de energia for uma questão física e não política ou ideológica, goste ou não, a Rússia e a cooperação com a Rússia permanecerão cruciais para a segurança energética da Hungria", disse Szijjarto.
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