Um grupo favorável ao acesso ao aborto legal realiza uma manifestação em frente à Suprema CorteAFP

Washington - A Suprema Corte dos Estados Unidos manteve nesta sexta-feira, 21, o acesso a uma pílula abortiva muito utilizada no país, congelando as restrições impostas ao medicamento por um tribunal de apelações. Dois juízes discordaram da decisão no caso mais importante de aborto que chegou à Corte de nove membros desde que há dez meses anulou o direito constitucional à interrupção voluntária da gravidez.
O caso teve origem na sentença de um juiz do Tribunal Distrital do Texas que proibiu a mifepristona, aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e utilizada em mais da metade dos abortos nos Estados Unidos.
Um tribunal de apelações bloqueou a proibição da pílula, mas impôs restrições rigorosas ao acesso, e então o caso foi levado à mais alta corte americana, onde os conservadores são maioria.
Após a medida da Suprema Corte nesta sexta, o presidente Joe Biden prometeu defender a saúde das mulheres de "ataques politicamente motivados".
"O que está em jogo não poderia ser mais importante para as mulheres dos Estados Unidos. Continuarei lutando contra os ataques políticos à saúde das mulheres", afirmou Biden em comunicado.
A oposição ao veto da pílula abortiva é liderada pelo Departamento de Justiça, que argumentou que a sentença inicial do juiz se baseou em uma "avaliação profundamente equivocada" da segurança do fármaco.
Desde que a Suprema Corte derrubou a histórica decisão Roe vs. Wade, que consagrou o direito constitucional ao aborto há meio século, 13 estados proibiram o procedimento e outros estabeleceram restrições.
A mifepristona é um dos componentes de um regime de dois medicamentos que pode ser utilizado durante as 10 primeiras semanas de gestação.