Cerca de mil fiéis assistiram o papa da esplanadaAFP
O argentino, de 86 anos, com saúde frágil, chegou a Budapeste na sexta-feira, 28. Ele alertou contra a "rigidez e os fechamentos" e a tendência de "retirada" em um discurso diante do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán, conhecido por sua política anti-imigração.
Na manhã deste sábado, cerca de 600 refugiados, principalmente da Ucrânia, além de pessoas pobres, se reuniram na igreja neogótica de St. Elisabeth, construída no final do século XIX no coração de Budapeste.
Cerca de mil fiéis assistiram ao evento da esplanada. Depois de ouvir vários testemunhos, incluindo o de Oleg Yakovlev, um ucraniano pai de cinco filhos que disse ter fugido de seu país durante a guerra, o papa agradeceu aos húngaros.
Em particular às associações religiosas, “pelo esforço feito na caridade” e “pela forma como acolheram – não só com generosidade mas também com entusiasmo — muitos refugiados da Ucrânia”.
Voltar rápido
Diante das portas fechadas, sob um céu cinzento, Elena, uma dançarina ucraniana de 43 anos que não quis revelar seu sobrenome, disse que veio “para ver o papa que é um grande defensor da paz”.
"Tenho um menino de nove anos e a única coisa que importa é que nossos filhos ainda estão vivos", disse à AFP junto com sua irmã Vika. "Aqui não tivemos problemas, mas queremos voltar rápido", confessou.
Na verdade, a posição ambígua de Orbán sobre o conflito não encoraja os ucranianos a permanecerem na Hungria.
O líder nacionalista vai contra a solidariedade demonstrada pela UE e pela Otan e recusou-se a enviar armas para Kiev, mantendo laços estreitos com o Kremlin.
Uma saúde frágil
No ano passado, apenas 18 pessoas obtiveram a condição de refugiado, um número insignificante em comparação com outros países da UE.
O idoso pontífice, com saúde frágil, reuniu-se com crianças e jovens com deficiência que cantaram para ele. No final da manhã visitou também a comunidade greco-católica, uma igreja oriental de rito bizantino que reconhece a autoridade do papa.
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