Para elevar o teto da dívida, atualmente em cerca de R$ 154 trilhões, republicanos como Kevin McCarthy exigem que Biden corte gastosAFP
Os negociadores da Casa Branca e do presidente republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, planejam continuar as negociações após a reunião de segunda entre seus respectivos líderes.
Biden e McCarthy descreveram o encontro como "produtivo" e, embora não tenha gerado um acordo, pelo menos permitiu que eles estabelecessem seus respectivos limites.
Os Estados Unidos correm o risco de, dentro de nove dias, deixarem de honrar suas dívidas, o que seria uma situação inédita e perigosa para a maior potência mundial.
Pânico
Para elevar o teto da dívida - atualmente em mais de 31 trilhões de dólares (cerca de R$ 154 trilhões) -, os republicanos exigem que Biden corte gastos. Os democratas estão dispostos a moderar os gastos, mas não conseguem chegar a um acordo com os republicanos sobre como fazer isso.
A Casa Branca gostaria de taxar mais os mais ricos e as grandes empresas, sem mexer em benefícios sociais ou grandes projetos de investimento do presidente. Em resumo, aumentar as receitas do governo federal. Já os republicanos preferem cortar os gastos públicos.
Os dois lados podem se encontrar, segundo a imprensa americana, em algumas partidas orçamentárias específicas, no redirecionamento dos fundos destinados ao combate à covid e no congelamento de certas despesas, cuja duração é objeto de um acirrado debate.
O tempo está se esgotando, especialmente porque não se trata apenas de Biden e McCarthy chegarem a um acordo entre si. Como disse Biden, ambos terão que "vender" o acordo para seus respectivos partidos, para que seja aprovado nas duas câmaras do Congresso.
Os democratas controlam o Senado por uma margem estreita e os republicanos têm maioria na Câmara dos Representantes. Senadores democratas considerados da ala progressista e legisladores republicanos alinhados com Donald Trump já exigiram firmeza máxima de seus respectivos líderes.
Um default dos Estados Unidos poderia mudar o tom da campanha para as eleições presidenciais do próximo ano. Biden, que aos 80 anos busca a reeleição, luta para conquistar votos com promessas de prosperidade e justiça social. Uma recessão afundaria ainda mais sua já enfraquecida taxa de aprovação.
Seu antecessor Trump, favorito nas primárias republicanas, pede a seus apoiadores que não se "dobrem" à Casa Branca na questão da dívida.
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