A advogada da vítima, Debora Piazza, disse que Bruna foi abandonada ferida em uma viatura fechada por 20 minutosReprodução/Twitter

Milão - Uma mulher trans brasileira, conhecida pelo pseudônimo Bruna, que foi brutalmente espancada pela polícia italiana em um ataque gravado em vídeo, entrará com um processo por tortura e lesão corporal, anunciou sua advogada nesta terça-feira (30).

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, onde ocorreu o ataque, confirmou que os policiais enfrentarão medidas disciplinares pelo incidente que ocorreu na última quinta-feira, enquanto a promotoria abriu uma investigação.

No vídeo, três policiais são vistos cercando a mulher, atingindo-a na cabeça e na costela com cassetetes e borrifando spray de pimenta em seu rosto, enquanto ela está sentada na rua com as mãos levantadas.
A advogada da vítima, Debora Piazza, disse à AFP que sua cliente foi abandonada ferida em uma viatura fechada por 20 minutos.

"Ela estava com dificuldade para respirar e achou que estava morrendo", afirmou a advogada.

A mulher decidiu registrar uma queixa por tortura e lesão corporal agravada por abuso de autoridade pública e discriminação, de acordo com Piazza.

Um promotor de Milão confirmou que está investigando as acusações de violência policial contra "uma mulher transgênero brasileira de 41 anos".

Segundo Daniele Vincini, chefe do sindicato dos policiais SULPL, em declarações ao jornal Corriere della Sera, os policiais apenas espancaram a mulher "para dominá-la" porque ela estaria cuspindo sangue em seus rostos e eles foram obrigados a "fazer o que podiam".