São 288 mortes até o momentoDibyangshu Sarkar/AFP
"Nesta hora de dor, meus pensamentos estão com as famílias que perderam entes queridos. Que os feridos se recuperem rapidamente", escreveu Modi no Twitter.
O mandatário também afirmou ter conversado com o ministro dos Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, para "avaliar a situação".
Alguns vagões viraram completamente na colisão ocorrida na noite de sexta-feira, e os socorristas buscavam sobreviventes presos nos destroços retorcidos, enquanto dezenas de corpos estavam dispostos sob lençóis brancos ao lado dos trilhos.
Com a chegada do amanhecer no sábado, os trabalhadores de resgate puderam ver a extensão completa da tragédia. Sudhanshu Sarangi, diretor-geral dos Serviços de Incêndio de Odisha, afirmou que o número de mortos era de 288, mas que pode aumentar para até 380.
"Os trabalhos de resgate ainda estão em curso", disse à reportagem.
Acidentes ferroviários não são incomuns na Índia, que tem uma das maiores redes ferroviárias do planeta. O país já registrou várias tragédias do tipo no passado, mas a catástrofe de sexta-feira é considerada a mais letal desde a década de 1990.
O secretário-chefe do estado de Odisha, Pradeep Jena, confirmou ainda que "mais de 850 feridos foram levados para hospitais" depois o acidente, que aconteceu a quase de 200 quilômetros da capital do estado, Bhubaneswar.
O desastre foi provocado pelo descarrilamento de um trem expresso que seguia de Bengaluru para Calcutá (nordeste do país) e que invadiu a via adjacente na direção sul.
Minutos depois, o Coromandal Express, que seguia de Calcutá para Chennai, caiu nos escombros. Alguns de seus vagões também colidiram com um trem de carga que estava estacionado nas imediações.
Relato
Uma emissora de TV exibiu imagens de um vagão tombado e de pessoas que tentavam resgatar as vítimas.
"As pessoas estavam gritando, pedindo ajuda", disse Arjun Das, outro sobrevivente.
"Havia feridos para todos os lados, dentro dos vagões, sobre a ferrovia. Quero esquecer as cenas", acrescentou.
Anubhav Das, um investigador de 27 anos, também disse à AFP o que observou após o acidente. "Vi cenas repletas de sangue, corpos mutilados e um homem com um braço amputado sendo ajudado de maneira desesperada por seu filho ferido", relatou.
"Perdi a conta dos cadáveres antes de deixar o local. Agora me sinto quase culpado", disse.
Diante do elevado número de afetados, os feridos estavam sendo transportados tanto em ambulâncias quanto em ônibus para qualquer hospital que tivesse espaço disponível.
Hospitais lotados
Ele acrescentou que "75 ambulâncias" foram enviadas ao local e que também foram disponibilizados "muitos ônibus" para transportar os passageiros feridos.
O acidente ferroviário mais mortal do país ocorreu em 6 de junho de 1981, no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte em um rio, resultando em entre 800 e 1.000 mortes.
Mais recentemente, em 20 de novembro de 2016, um trem com 2.000 passageiros descarrilou no estado de Uttar Pradesh (norte) enquanto a maioria dormia, causando 146 mortes e 180 feridos.
Neste século, a Índia teve 13 acidentes ferroviários com mais de 50 vítimas, três deles resultantes de atentados.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.