Chiapas, no sul do México, é uma região conflituosa e violenta onde há três décadas estourou o levante zapatistaJoe Bamz/Pixabay
Morrem sete pessoas em ataque por conflito de terras em Chiapas, no México
Vítimas são indígenas tsotsis "deslocados" do município de San Pedro Chenalhó
Sete pessoas morreram em um ataque armado relacionado a conflitos por terra entre comunidades indígenas em Chiapas, no sul do México, uma conflituosa e violenta região onde há três décadas estourou o levante zapatista, disseram as autoridades.
As vítimas são indígenas tsotsis "deslocados" do município de San Pedro Chenalhó, no centro do estado, disse o promotoria estadual em um comunicado neste sábado (3).
"Foram atacados com armas de fogo, resultando em sete pessoas mortas e três feridas", detalhou o órgão.
O ataque foi dirigido contra o grupo de mais de 200 pessoas que, desde outubro passado, tiveram que deixar suas casas por causa de um conflito agrário interno, disseram à AFP moradores da região.
Segundo esses mesmos depoimentos, a agressão também se dirigiu aos donos do armazém onde os refugiados se encontravam.
A promotoria detalhou que o grupo de pessoas armadas foi, na noite sexta-feira, ao armazém, localizado na comunidade de Polhó.
Esta comunidade é próxima à localidade de Acteal, onde, em 1997, um grupo armado paramilitar assassinou 45 indígenas tsotsis durante uma cerimônia religiosa.
Chiapas celebrará, em 1º de janeiro de 2024, o trigésimo aniversário do levante encabeçado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN).
Em fevereiro de 1996, foram assinados os acordos de San Andrés entre o governo federal e o EZLN sobre direito e cultura indígenas.
Apesar de a capital de Chiapas, San Cristóbal de las Casas, ter se convertido em uma forte praça do turismo internacional no México, a situação se mantém tensa em várias regiões do estado.
Os conflitos por terras são comuns entre comunidades indígenas mexicanas, que são regidas habitualmente por seus usos e costumes, o que, às vezes, dificulta a intervenção do Estado em sua resolução.
Algumas dessas comunidades também estão vinculadas a partidos políticos e outros grupos de poder de tais regiões, inclusive organizações criminosas.
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