Alberto Núñez Feijóo, líder do PP, ainda tenta apresentar uma imagem mais moderadaMiguel Riopa / AFP
O partido de extrema direita Vox se estabeleceu neste sábado, 17, em coalizão com o conservador Partido Popular (PP), à frente de dez grandes cidades espanholas, aliança que poderá repetir-se nas eleições gerais do próximo mês.
A cidade medieval de Toledo e a cidade de Burgos, no norte, estão entre os municípios que elegeram membros da coalizão PP-Vox, após as eleições locais e regionais de 28 de maio. O Vox afirmou em comunicado que vai tentar suprimir "departamentos ideológicos" como os de Igualdad, que "esbanjaram" milhões de euros e "não resolveram os problemas reais".
A vitória do PP e do Vox nas eleições de maio levou o chefe do governo, o socialista Pedro Sánchez, a convocar eleições legislativas antecipadas para 23 de julho. As pesquisas indicam que o Partido Popular alcançará a maioria em grande parte dos círculos eleitorais, mas terá que se aliar ao Vox para formar um governo.
Sánchez fez dessa ameaça de um governo ultraconservador e antifeminista o tema central de sua campanha para a reeleição. Um acordo entre o PP e o Vox para governar a região de Valência (leste), a quarta mais populosa do país, causou estupor na quinta-feira, 15.
O chefe do Vox em Valência, José María Llanos, desencadeou uma avalanche de críticas ao dizer que "a violência machista não existe". O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, que quer apresentar uma imagem moderada, logo tentou se distanciar e tuitou que "a violência de gênero existe e cada assassinato de uma mulher nos choca como sociedade".
"No PP não daremos nenhum passo atrás na luta contra este flagelo", acrescentou.
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