Evan GershkovichAFP

Um tribunal de Moscou rejeitou nesta quinta-feira, 22, o pedido de libertação do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, confirmando a prorrogação da prisão preventiva até 30 de agosto por acusações de espionagem. O repórter nega.
Após uma audiência a portas fechadas, um juiz do tribunal municipal de Moscou decidiu "não consentir" com o recurso de Gershkovich contra sua prisão, segundo um correspondente da AFP.
No final de maio, o repórter do 'Wall Street Journal' havia apelado contra a extensão de sua prisão preventiva. Antes do início da audiência, ele compareceu à imprensa na cela de vidro reservada aos detentos.
"Estamos muito desapontados com a rejeição de seu apelo", disse a embaixadora dos EUA na Rússia, Lynne Tracy, a repórteres após a audiência.
Ela afirmou que as autoridades russas haviam recusado três pedidos de visita consular a Evan Gershkovich em sua prisão desde a primeira visita em abril.
Os pais do detido, Mikhail Gershkovich e Ella Milman, também presentes na audiência, abstiveram-se de fazer comentários à imprensa, assim como os advogados do jornalista.
Evan Gershkovich, de 32 anos, foi preso na Rússia no final de março durante uma reportagem em Yekaterinburg (Ural) e acusado de espionagem. O Kremlin afirma que ele foi preso "em flagrante delito", sem fornecer provas, já que o processo é sigiloso.
O repórter, seu empregador (WSJ) e as autoridades americanas rejeitam categoricamente essas acusações, pelas quais Evan pode ser condenado a até 20 anos de prisão.
Gershkovich, que já trabalhou para a AFP em Moscou, é o primeiro jornalista estrangeiro a ser preso na Rússia por espionagem desde a queda da União Soviética. Ele está preso na penitenciária de Lefortovo, em Moscou.