Deputados russos devem votar para proibir transições de gêneroReprodução
Rússia anuncia prisão de ativista transgênero por 'traição'
Homem foi brutalmente espancado
Os serviços de segurança russos (FSB) anunciaram nesta quinta-feira(13) a detenção de um ativista transgênero acusado de "alta traição" a favor da Ucrânia, em um momento em que os deputados russos devem debater um projeto de lei que proíbe as transições de gênero.
"O FSB frustrou as atividades ilegais de um cidadão russo, morador da região de Oryol, implicado em um crime de alta traição por ter prestado assistência financeira às forças armadas ucranianas", afirmou o FSB em comunicado.
Em um vídeo da prisão filmado pelo FSB e transmitido pela mídia estatal russa, homens encapuzados e armados com coletes à prova de balas e uniformes camuflados saem de um veículo e espancam brutalmente o suspeito contra um muro na rua.
"Socorro", disse o suspeito, antes de ser algemado e conduzido ao veículo. Segundo o FSB, o detido é um ativista transgênero LGBT+ que trabalha como voluntário para a ONG OVD-Info, que documenta a repressão política na Rússia.
O suspeito é também o gestor de um projeto que organizou transferências de dinheiro para organizações na Ucrânia "com o objetivo de financiar" o Exército ucraniano, segundo a mesma fonte. Ele está sendo investigado por "alta traição", crime punível com prisão perpétua na Rússia.
Essa prisão ocorre quando os deputados russos devem analisar na quinta-feira em segunda leitura um novo projeto de lei que busca proibir as transições de gênero, em plena histeria conservadora antiocidental.
Desde a ofensiva na Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, as autoridades russas multiplicaram as medidas conservadoras, sobretudo contra os LGTB+, alegando querer eliminar comportamentos que consideram desviantes e provenientes do Ocidente.
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