Catedral Metropolitana na Cidade do MéxicoReprodução
Ela, uma física de 61 anos e ex-prefeita da Cidade do México; ele, ex-ministro das Relações Exteriores e graduado em Relações Internacionais, de 63 anos. De ascendência europeia, eles viajam desde junho pelo México, atingido pela violência do narcotráfico e pela pobreza.
Sem grandes equipes de segurança em seus comícios, eles são os favoritos em uma campanha inédita. Faltam onze meses para as eleições e quase dois para saber o vencedor (entre seis candidatos) da indicação do partido.
"Boa sorte, meu amor!", diz uma apoiadora a Sheinbaum, que pode ser a primeira mulher a governar o México, durante um comício que reuniu cerca de 1.500 pessoas no último sábado (8) em uma arena de briga de galos em Tapachula (Chiapas).
De tênis, calça jeans e blusa indígena, a candidata começou seu comício com uma longa aula de história, ao estilo de Andrés Manuel López Obrador, o primeiro presidente de esquerda do México e que afirma ter personificado a Quarta Transformação na história do país desde a independência, em 1821.
"Qual foi a terceira transformação?", questiona Shienbaum, em um exercício com tom escolar. Resposta: "A Revolução!".
De avós lituanos e búlgaros e descendência judaica, Sheinbaum defende a gestão de López Obrador, cuja popularidade média é de 68%, embora acrescente suas próprias propostas: "Fazer mais universidades" e "consolidar" a previdência social.
"Não gosto de falar mal dos meus colegas", explicou à AFP. Mas "nunca fui membro do PRI", afirmou, em alusão a Ebrard, ex-operador político do partido que governou o México entre 1929 e 2000. O candidato será proclamado em 6 de setembro.
"Não é questão de gênero"
"Tenho orgulho de trabalhar com o melhor presidente do México na história moderna", disse ele, entre barracas de comida.
Vendedores e simpatizantes expressaram entusiasmo com o comentário: "Marcelo, Marcelo!". Eles aplaudiram o bem-humorado líder de avós franceses e ex-aluno da Escola de Administração de Paris.
Minutos antes, em um centro esportivo, seu alvo eram os jovens. Inclusive se ofereceu a levar o grupo de K-pop BTS ao México caso chegue ao poder. A idade média dos 126 milhões de mexicanos é de 29 anos, por isso Ebrard é um usuário assíduo do TikTok.
Embora várias pesquisas mostrem uma vantagem para Sheinbaum, o também ex-prefeito da capital disse à AFP que tem "reservas sobre a precisão" dessas pesquisas e comentou: "Eu sou a melhor opção". Sua equipe apresenta outras enquetes em que ele aparece como favorito.
Também não se preocupa com comentários sobre o suposto favoritismo do presidente em relação à sua rival ou com frases que escuta na rua, como "é a vez das mulheres".
"A questão (...) não é gênero, é de capacidade e resultados", afirmou Ebrard, que destaca ter um "perfil próprio" e ser formado na "adversidade", referindo-se ao seu exílio entre 2015 e 2017 após denúncias de corrupção que foram rejeitadas pela Justiça.
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