Medida já proibia intervenções médicas e as alterações de estado civil para processos de transição de gêneroReprodução
Rússia endurece projeto de lei contra pessoas trans
Quem já fez tratamento hormonal para transição de gênero será proibido de adotar ou obter a custódia de crianças
Os deputados russos endureceram, nesta quinta-feira, 13, um projeto de lei que proíbe transições de gênero e retirou o direito de pessoas transsexuais adotarem crianças, em um momento de multiplicação de medidas conservadoras desde o início da ofensiva russa.
Em meados de junho, a Câmara baixa do Parlamento russo aprovou em primeira leitura o projeto de lei que proíbe intervenções médicas e as alterações de estado civil para processos de transição de gênero. Nesta quinta, os deputados acataram uma nova versão do projeto em segunda leitura. A única exceção são as "doenças congênitas" em crianças, por decisão de uma comissão médica federal.
A Duma específica em um comunicado que o texto proibirá os tratamentos hormonais para transição de gênero. Além disso, pessoas que passaram por este processo serão proibidas de adotar ou obter a custódia de crianças na Rússia, de acordo com a nova versão do documento.
A nova versão ainda acrescenta que o procedimento também pode ser um "motivo" para a suspensão de um casamento. O texto será analisado pela terceira e última vez nesta sexta-feira, 14, de acordo com a Duma.
Desde a ofensiva na Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, as autoridades russas multiplicaram as medidas conservadoras, sobretudo contra os LGBTQIA+, alegando querer eliminar comportamentos que consideram desviantes e provenientes do Ocidente.
Horas antes do estudo do projeto de lei, os serviços de segurança russos (FSB) anunciaram a prisão de um ativista transgênero acusado de "alta traição" a favor da Ucrânia.
Em um vídeo da prisão filmado pelo FSB e transmitido pela mídia estatal russa, homens encapuzados e armados com coletes à prova de balas e uniformes camuflados saem de um veículo e espancam brutalmente o suspeito contra um muro na rua.
Segundo o FSB, o detido é um ativista transgênero LGBTQIA+ que trabalha como voluntário para a ONG OVD-Info, que documenta a repressão política na Rússia.
O suspeito é também o gestor de um projeto que organizou transferências de dinheiro para organizações na Ucrânia "com o objetivo de financiar" o Exército ucraniano, segundo a mesma fonte.
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