Migrantes de países da África subsaariana que afirmam ter sido abandonados no deserto pelas autoridades da Tunísia chegam a um abrigo após serem resgatados por guardas de fronteira da LíbiaAFP
Cerca de 360 migrantes são resgatados na fronteira da Líbia com Tunísia
Subsaarianos vagavam por uma área desabitada
A Organização Árabe de Direitos Humanos (AOHR, na sigla em inglês) pediu nesta segunda-feira, 17, para que as organizações internacionais ajudem cerca de 360 migrantes subsaarianos resgatados nos últimos dias depois de terem sido abandonados pela polícia tunisiana, segundo autoridades da Líbia, na fronteira entre os dois países.
A AOHR, com sede no Cairo, "elogiou a recepção" de migrantes e indicou que eles "passaram por situações humanitárias difíceis" antes de serem "resgatados pelos agentes da fronteira da Líbia".
"De acordo com os guardas líbios, 360 migrantes, entre eles mulheres e crianças, precisam de ajuda médica e humanitária urgente", acrescentou a ONG em uma convocação para as autoridades líbias autorizarem "as organizações envolvidas — o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) — a se reunirem com eles e ajudá-los com os procedimentos legais".
Por sua vez, a OIM na Líbia anunciou nesta segunda que prestou "assistência de emergência aos migrantes resgatados na fronteira com a Tunísia".
O Ministério do Interior da Líbia informou que "registrou as expulsões (dos cidadãos subsaarianos) pelas autoridades da Tunísia até às fronteiras líbias.
No domingo, patrulhas da guarda de fronteira da Líbia resgataram dezenas de migrantes que ficaram sem água, comida ou abrigo no deserto, perto da fronteira com a Tunísia, apurou uma equipe da AFP.
As pessoas abandonadas pela polícia tunisiana, de acordo com os agentes de fronteira da Líbia, vagavam por uma área desabitada perto de Al'Assah, 150 quilômetros a sudoeste de Trípoli e cerca de 15 quilômetros dentro do território da Líbia.