A ditadura levou mais de meio milhão de chileno para o exílio e motivou o pedido de perdão do presidente Gabriel BoricAFP
Presidente do Chile pede perdão a exilados após golpe de Pinochet
Em 11 de setembro de 1973, general impôs uma ditadura militar até 1990 marcada por uma repressão violenta
Paris - O presidente do Chile, Gabriel Boric, pediu nesta sexta-feira (21) "perdão" em nome do Estado aos seus compatriotas que se exilaram após o golpe de Estado do general Augusto Pinochet em 1973, no final de uma viagem pela Europa.
"Quero dizer, com muita responsabilidade, em nome do Estado, perdão", disse um emocionado Boric na Casa de América Latina em Paris, após a exibição de um documentário sobre os chilenos que se refugiaram na embaixada francesa no Chile.
"Mesmo não sendo nós, o Estado os privou materialmente, formalmente, da Pátria e isso é inaceitável", acrescentou o presidente de 37 anos, que prometeu continuar buscando "a verdade e a justiça".
Em 11 de setembro de 1973, Pinochet deu um golpe militar no Chile contra o presidente socialista Salvador Allende, que se suicidou, e impôs uma ditadura militar até 1990 marcada por uma repressão violenta.
A ditadura levou mais de meio milhão de pessoas para o exílio. Pelo menos 15.000 chegaram à França entre 1973 e 1978, segundo o historiador Nicolas Prognon. Muitos deles estavam presentes nesta sexta-feira no evento em Paris, observou a AFP.
O presidente de esquerda, recebido com aplausos, disse a eles: "Sua luta não foi em vão, há uma continuidade histórica".
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