Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador assassinado nesta quarta-feira, 9, criticava Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. O equatoriano citou Bolsonaro em mais de dez tuítes desde 2018, e Lula em nove, desde 2019. As menções, sem exceções, foram em tom crítico, segundo levantamento da BBC. Como deputado, desde 2021, o equatoriano dizia que sua principal bandeira era a luta contra a corrupção.
Em resposta a um professor equatoriano, antes das eleições de 2018, Villavicencio respondeu que também não era favorável a Fernando Haddad (PT). "Não podemos curar a raiva com mais mordidas do mesmo cão", disse. "Bolsonaro é produto da traição do PT, da maior corrupção da história. Por Deus.... E não compartilho nada com Bolsonaro".
Negativas sobre Bolsonaro
Poucos meses depois, Villavicencio compartilhou uma reportagem que abordava as investigações envolvendo Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, que apontava movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão entre o filho do ex-presidente e seu assessor e ex-motorista.
Em outra ocasião, Fernando Villavicencio apontou para "as surpreendentes semelhanças entre o Brasil que elegeu Bolsonaro e a Venezuela que escolheu Hugo Chávez há 20 anos".
Após a posse de Jair Bolsonaro, em 2019, o equatoriano publicou, em tom de revolta, que o ex-presidente não daria "a lista da Odebrecht". No mesmo ano, republicou uma reportagem da Folha de S. Paulo, e criticou a destruição da floresta amazônica.
Em 2020, compartilhou uma reportagem que falava sobre as denúncias de genocídio contra Bolsonaro, durante sua gestão na pandemia de Covid-19.
Negativas sobre Lula
Em janeiro de 2019, o candidato compartilhou uma reportagem sobre Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula entre 2003 e 2006. Villavicencio pressionava autoridades para ter acesso ao conteúdo de uma suposta reunião entre Rafael Correa, ex-presidente do Equador, Lula e Marcelo Odebrecht em 2006.
Após a eleição de 2022 cravar a vitória de Lula, o equatoriano publicou: "O retorno dos ladrões da Lava Jato". Seus posts nos últimos anos sugerem que ele era um entusiasta da Operação Lava Jato.
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