Ministério Público foi quem pediu as prisões no MéxicoAFP
Mais de 10 policiais foram declarados culpados por assassinato de 17 migrantes no México
Um agente também foi condenado por abuso de autoridade
Onze policiais foram declarados culpados nesta quinta-feira (14) pelo assassinato de 17 migrantes centro-americanos que foram baleados e tiveram seus corpos carbonizados na fronteira do México com os Estados Unidos, anunciaram autoridades mexicanas.
O Ministério Público (MP) estadual “conseguiu que fosse ditada uma sentença condenatória contra" 11 policiais acusados de homicídio, e outro foi condenado por abuso de autoridade, segundo um comunicado do órgão.
Após um processo que se prolongou por mais de três meses, o juiz local Patricio Lugo Jaramillo encontrou provas suficientes contra os ex-policiais, que serão condenados nos próximos dias a penas que podem chegar a 50 anos de prisão.
Os fatos ocorreram em 21 de janeiro de 2021 na comunidade de Santa Anita, município de Camargo, muito próximo da fronteira com os Estados Unidos. Dezesseis dos migrantes eram da Guatemala, e um, de Honduras.
O total de vítimas foi de 19, uma vez que foram identificados os restos de dois mexicanos traficantes de pessoas que levavam os centro-americanos até a fronteira, segundo autoridades.
Inicialmente, 12 policiais foram acusados de assassinato, mas um deles decidiu colaborar com o MP e, posteriormente, foi condenado por abuso de autoridade.
Os corpos carbonizados foram encontrados em uma caminhonete no município de Camargo, área de disputas entre o cartel do Nordeste - que surgiu do Los Zetas, que controla parte de Nuevo León (norte) - e o cartel do Golfo, que atua há décadas em Tamaulipas. Esse foi um dos massacres de centro-americanos mais sangrentos registrados no México desde 2010.
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