Líder norte-coreano Kim Jong-un AFP
A incomum viagem de Kim, sua primeira ao exterior desde a pandemia de covid-19, começou na terça-feira e incluiu uma cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin, o que provocou inquietação nos países ocidentais que temem um acordo de armas entre ambos.
Kim foi recebido por Shoigu e escoltado por uma guarda de honra em sua chegada a Vladivostok, uma grande cidade portuária próxima às fronteiras com a China e Coreia do Norte.
Shoigu e Kim, sorridentes, examinaram bombardeiros nucleares russos e outros aviões militares com tecnologia de ponta, segundo um vídeo publicado pelo Ministério da Defesa russo.
Na base aérea de Knevichi, o ministro apresentou um caça MiG-31 com seu sistema de mísseis hipersônicos Kinzhal, informou a agência de notícias russa TASS.
A viagem de Kim ao extremo leste russo concentrou-se em questões militares e aeroespaciais, com uma visita a um cosmódromo e a uma fábrica de aviões de combate, além de uma troca de fuzis com Putin.
Analistas acreditam que a Rússia pode estar interessada em adquirir munições norte-coreanas para a sua ofensiva na Ucrânia, enquanto o país asiático quer ajuda russa para desenvolver o seu programa de mísseis.
"Cooperação problemática"
Na base de Knevichi, o líder norte-coreano também examinou neste sábado os bombardeiros Tu-160, Tu-95MS e Tu-223.
"Estes caças são o componente aéreo das forças nucleares estratégicas da Rússia", destacou o Ministério da Defesa em comunicado.
Em seguida, Kim e o ministro russo embarcaram na fragata "Marshal Shaposhnikov", onde o comandante-chefe da Marinha Russa, almirante Nikolai Evmenov, explicou as características do navio e suas armas antissubmarinas.
Ainda neste sábado, Kim visitou o Teatro Mariinsky, em Vladivostok, com o governador regional russo, onde chegou em um carro preto, cercado por um grande dispositivo de segurança, antes de entrar no camarote VIP, segundo imagens publicadas no Telegram pelas autoridades russas.
Após o encontro com Kim, Putin anunciou que aceitou o convite para visitar a Coreia do Norte em breve.
O governo russo também mencionou a possibilidade de ajudar Pyongyang a fabricar satélites, uma perspectiva que alarmou os Estados Unidos.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse que a cooperação entre os dois países "é bastante problemática e pode violar múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
Ele também destacou que Pyongyang pode usar tecnologia de satélite para desenvolver seus mísseis balísticos.
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