Encontro do G-77 + China, em Havana, no sábado, 16REUTERS/Alexandre Meneghini
A declaração conjunta inclui uma crítica à hegemonia de grupos monopolistas no setor de tecnologia da informação e internet.
Em outro trecho, o grupo pede à comunidade internacional e aos organismos do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU) que "tomem medidas urgentes para promover o acesso desimpedido, oportuno e equitativo dos países em desenvolvimento a medidas, produtos e tecnologias relacionados com a saúde, necessários para lidar com a atual e futura prevenção de pandemias".
Os países integrantes do grupo ainda defendem o papel na tecnologia no enfrentamento às mudanças climáticas, cujos efeitos têm impacto desproporcional nos países em desenvolvimento.
"Reconhecemos que todas as barreiras tecnológicas, nomeadamente as relatadas pelo IPCC [Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas], limitam a adaptação às alterações climáticas e a implementação das Contribuições Nacionais Determinadas (NDC) dos países em desenvolvimento. Reiteramos, a este respeito, a necessidade de uma resposta eficaz à ameaça urgente das alterações climáticas, especialmente através do aumento da prestação de financiamento, da transferência de tecnologia e do reforço de capacidades com base nas necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento, de acordo com os princípios e o objetivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e do seu Acordo de Paris, incluindo a equidade e as responsabilidades comuns mas diferenciadas e respectivas capacidades, bem como com base na melhor ciência disponível."
O texto inclui ainda menção contrária à imposição de lei e de medidas econômicas com impacto sobre outros países.
Mais cedo, em discurso, o próprio presidente Lula criticou o embargo econômico promovido pelos Estados Unidos contra Cuba desde a década de 1960.
Agenda
De Havana, o presidente seguirá para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o primeiro discurso do debate geral de chefes de Estado da 78ª Assembleia Geral da ONU, na próxima terça-feira (19).
Será a oitava vez que o presidente Lula abrirá o debate geral dos chefes de Estado. Nos oito anos em que governou o Brasil, em seus dois primeiros mandatos, ele deixou de comparecer apenas em 2010.
O chefe do governo brasileiro também participará do lançamento de uma iniciativa global para promoção do trabalho decente, juntamente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Estão previstas ainda outras reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais entre os países participantes e diversos organismos internacionais à margem da assembleia.
Lula viajará aos Estados Unidos acompanhado de ministros que deverão participar de diversas reuniões temáticas nas áreas de direitos humanos, saúde e desarmamento.
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