Todos os olhares se voltaram, nesta terça-feira (19), para o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em sua estreia na tribuna da ONU, de onde Lula e Joe Biden mostraram dois pontos de vista diferentes sobre a abordagem para o conflito entre Rússia e Ucrânia. As reuniões de Zelensky com o brasileiro e o americano devem acontecer na quarta-feira (20).
"A Rússia acredita que o mundo vai se cansar e vai deixá-los destruir a Ucrânia sem consequências", disse Joe Biden na tribuna da 78ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
"Se deixarmos que a Ucrânia seja desmembrada, a independência das nações está garantida? A resposta é não", afirmou o presidente americano, sob aplausos do presidente ucraniano e da sala.
Poucos minutos antes de Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder do país que costumeiramente abre os debates de alto nível da AGNU, pediu "diálogo" para resolver o conflito na Ucrânia, que mostra a "nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU".
"Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo", alertou Lula, antes de lembrar que é necessário "criar espaço para negociações".
Reuniões
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, chegou a Nova York nesta segunda-feira (18) para participar da Assembleia Geral da ONU. Na agenda da visita aos Estados Unidos, ele ainda tem previstos encontros com o presidente Lula e com o chefe de Estado americano, Joe Biden, em Washington.
"Olena Zelenska e eu chegamos aos Estados Unidos", anunciou o presidente ucraniano na rede social X (antigo Twitter), referindo-se à sua esposa, logo após desembarcar em Nova York, onde terá compromissos na sede das Nações Unidas, antes de viajar para a capital americana.
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) informou à AFP nesta segunda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir na próxima quarta com Zelensky, depois do encontro com Joe Biden, à margem da Assembleia Geral da ONU.
O presidente ucraniano depois irá a Washington para se reunir com Biden e "líderes do Congresso americano e dos partidos, autoridades militares, empresários, jornalistas e membros da comunidade ucraniana" nos EUA, acrescentou.
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