Dois agentes levam o chefe da máfia Matteo Messina Denaro, na cidade italiana de Palermo, na ilha da Sicília, em imagem de 16 de janeiro de 2023Oficina Prensa Carabineros de Italia/AFP/Arquivos
Chefe da máfia siciliana Messina Denaro entra em coma irreversível
Último padrinho da Cosa Nostra, aos 61 anos, italiano sofre de câncer do cólon e parou de ser alimentado pelos médicos
O conhecido chefe da máfia siciliana Matteo Messina Denaro, de 61 anos, capturado em janeiro após passar três décadas foragido, está em coma no hospital e não recebe mais alimentação, conforme informação divulgada neste sábado (23).
Messina Denaro sofre de câncer do cólon há vários anos. Foi sua decisão de se submeter a tratamento que o levou à detenção, após visita a uma clínica em Palermo, capital da Sicília.
Enfrentando inúmeras penas de prisão perpétua, ele foi levado para um presídio de segurança máxima de L'Aquila, onde teria continuado o tratamento em sua cela.
No início de agosto, Messina Denaro foi transferido para a ala de reclusos do hospital local, onde seu estado piorou nos últimos dias.
Agora, encontra-se em "coma irreversível", segundo a imprensa local, que afirma que os médicos pararam de alimentá-lo e que ele pediu para não ser reanimado, em caso de morte.
Messina Denaro foi, durante muitos anos, uma figura de destaque da Cosa Nostra, o sindicato do crime siciliano da vida real retratado nos filmes "O Poderoso Chefão". Foi um dos mais cruéis, condenado seis vezes à prisão perpétua, entre elas, por participação no assassinato do juiz antimáfia Giovanni Falcone, em 1992.
Também foi condenado por participar de uma série de atentados letais em Roma, Florença e Milão, em 1993, e pelo sequestro e posterior assassinato do filho de 12 anos de uma testemunha no caso Falcone.
Desapareceu no verão de 1993 e passou a liderar a lista das pessoas mais procuradas da Itália.
Nos anos seguintes, houve muita especulação sobre seu paradeiro. Por fim, descobriu-se que ele estivera perto de sua cidade natal, Castelvetrano, no oeste da Sicília.
Embora sua prisão tenha trazido certo alívio às suas vítimas, o chefe da máfia sempre manteve seu silêncio. Em entrevistas sob custódia desde que foi preso, Messina Denaro chegou a negar ter sido membro da Cosa Nostra.
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