Forças Armadas cercam área onde policiais foram mortos a tiros em Guerrero, no MéxicoFRANCISCO ROBLES / AFP
Ataques de gangues armadas deixam 24 mortos no México
Dois políticos e diversos policias estão entre as vítimas. País registra taxa de homicídios de 25 casos a cada 100.000 habitantes
Ao menos 24 pessoas, incluindo vários policiais, morreram na segunda-feira, 23, em três ataques armados em regiões do México muito afetadas pelas ações de narcotraficantes, informaram as autoridades.
No ataque mais violento, 13 pessoas morreram e duas ficaram feridas na cidade de Coyuca de Benítez (sul), informou o Ministério Público do estado de Guerrero, sem especificar quantos oficiais e civis faleceram na ação.
Segundo o vice-procurador da região, Alejandro Hernández, a emboscada aconteceu quando o secretário de Segurança municipal viajava escoltado. Ele disse que a motivação do ataque está sendo investigada.
"Não se tinha conhecimento de ameaças contra os servidores públicos de Coyuca de Benítez", disse Hernández, que sobreviveu a um atentado em 15 de setembro em Chilpancingo, capital de Guerrero.
Um comunicado divulgado algumas horas antes pelo vice-procurador mencionou as mortes de 11 policiais municipais, enquanto o prefeito da cidade, Ossiel Pacheco, anunciou que dois funcionários do município também morreram no ataque: o secretário de Segurança municipal, Alfredo Alonso López, e o comandante da polícia preventiva, Honorio Salinas.
Quatro civis e um policial foram assassinados e duas pessoas ficaram feridas em um ataque no município de Tacámbaro, estado de Michoacán, vizinho de Guerrero. As duas regiões são cenários frequentes de ações violentas atribuídas aos cartéis do narcotráfico, que comandam corredores estratégicos nos estados para vender drogas ao longo da costa do Pacífico.
Além disso, seis pessoas morreram em um confronto ente supostos traficantes de drogas na cidade de San Miguel Canoa (estado de Puebla, centro), a quase 120 quilômetros da Cidade do México.
Secretário assumiu após antecessor sofrer emboscada
O secretário López havia assumido o cargo em dezembro do ano passado. O antecessor pediu demissão depois que sofreu um ataque armado, segundo a imprensa local. Também de acordo com a imprensa, o ataque de segunda-feira foi uma emboscada nas imediações de uma escola.
Mais cedo, as autoridades de Michoacán, lugar conhecido por suas atrações turísticas e uma pujante indústria agroexportadora, mas assolado por ações de de grupos criminosos dedicados à extorsão e ao narcotráfico, anunciaram que cinco pessoas morreram quando um grupo de homens armados atacou um irmão do prefeito da cidade de Tacámbaro. O alvo do atentado ficou ferido.
O México registra uma taxa de homicídios de 25 casos a cada 100.000 habitantes. A média triplicou desde 2006, quando o governo da época declarou guerra ao narcotráfico, com participação militar. Desde então, também disparou o número de desaparecidos para mais de 112.000 casos atualmente.
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