Bombardeio israelense em Rafah, na Faixa de GazaAFP
Ao falar na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, o secretário-geral condenou os ataques do Hamas no último dia 7 de outubro e pediu a libertação imediata dos reféns em poder do grupo. Ao mesmo tempo, Guterres afirmou que esses atos não justificam o "castigo coletivo" que Israel estaria impondo à população da Faixa de Gaza.
"As queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horrendos do Hamas. E esses ataques horrendos não podem justificar o castigo coletivo do povo palestino", destacou Guterres.
O ministro Eli Cohen rebateu as falas de Guterres destacando os ataques sofridos por Israel, com mais de 1,4 mil mortos e mais de 200 pessoas feitas reféns pelo Hamas."Senhor secretário-geral, em que mundo você vive? Sem dúvida, esse não é o nosso mundo", afirmou.
Cohen destacou que Israel não tem apenas o direito, mas o dever de se defender dos ataques de 7 de outubro, por uma questão de existência. “Como se pode colocar um acordo para um cessar-fogo quando estão dispostos a matar e a destruir nossa existência? A resposta proporcional ao massacre de 7 de outubro é a destruição total de todos e cada um dos membros do Hamas”, destacou.
Nas redes sociais, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a renúncia de Guterres e acrescentou que “não há qualquer justificação ou sentido em falar com aqueles que demonstram compaixão pelas mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu”.
Após a sessão na ONU, o chanceler israelense cancelou uma reunião que teria com Guterres nesta terça-feira. Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil disse que a declaração do secretário-geral de que os ataques do Hamas não ocorreram no vácuo e de que os palestinos estão sujeitos à ocupação de Israel “fazem parecer que há alguma justificação para as atrocidades cometidas pelos terroristas do Hamas”.
Regras da guerra
Guterres criticou ainda a ordem de Israel para evacuar 1 milhão de pessoas do norte para o sul de Gaza, onde não há estrutura para recebê-los, ao mesmo tem que segue bombardeando as cidades do sul. “Me preocupam profundamente as graves e claras violações do direito humanitário internacional que estamos constatando em Gaza. Que fique claro que nenhuma parte num conflito armado está acima do direito humanitário internacional”, acrescentou.
O secretário-geral da ONU pediu ainda um cessar-fogo imediato, avaliou que a ajuda humanitária até agora é apenas “uma gota de ajuda em um oceano de necessidade” e defendeu que a saída para a paz duradoura é a solução de dois Estados, um para israelenses e outro para palestinos.
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