Emmanuel Macron sofre pessão para demitir o ministroFranck Fife/AFP

A França acompanha, a partir desta segunda-feira (6), um processo inédito com o julgamento de seu ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, por conflito de interesses, em meio a críticas ao presidente Emmanuel Macron por não tê-lo demitido.
"Me chamo Éric Dupond-Moretti", disse o acusado, ao confirmar sua identidade no início do julgamento no Tribunal de Justiça da República, competente na França para investigar crimes cometidos por membros do Governo no exercício de suas funções.
Esse renomado advogado, de 62 anos, é suspeito de ter aproveitado o cargo de ministro, que ocupa desde 2020, para acertar contas com magistrados, com os quais teve divergências quando era um conceituado advogado criminal, o que ele nega.
Embora seu julgamento seja algo inédito na França, o ministro conta com a confiança de Macron e da primeira-ministra Élisabeth Borne. Hoje, em entrevista à rádio France Inter, a premiê se referiu à "presunção de inocência", ao comentar o caso.
Se for considerado culpado, o réu pode ser condenado a até cinco anos de prisão e a pagar uma multa de 500 mil euros (US$ 540 mil, ou R$ 2,6 milhões, na cotação atual), além de receber uma pena adicional de inelegibilidade e de inabilitação para exercer cargos públicos.
Durante o julgamento, previsto para durar até 16 de novembro, ele continuará como ministro. Uma fonte do governo disse que serão adotadas medidas para garantir o "bom funcionamento" da administração.
A oposição critica sua permanência na função.