Presidente sírio Bashar al AssadAFP
Justiça francesa pede detenção do presidente da Síria
Bashar al Assad é acusado de cumplicidade em crimes contra a humanidade pelos ataques químicos executados em 2013
A Justiça da França emitiu uma ordem de detenção internacional contra o presidente sírio Bashar al Assad, acusado de cumplicidade em crimes contra a humanidade pelos ataques químicos executados em 2013 na Síria, anunciaram os denunciantes nesta quarta-feira, 15.
Uma fonte judicial confirmou a emissão na terça-feira, 14, de quatro mandados de detenção no caso dos ataques com gás sarin, que deixaram mais de mil mortos em 21 de agosto de 2013 na região síria de Ghuta Oriental, segundo os serviços de inteligência dos Estados Unidos.
As ordens de detenção, por cumplicidade em crimes contra a humanidade e cumplicidade em crimes de guerra, também afetam o comandante de fato da unidade de elite do Exército sírio e irmão do presidente, Maher al Assad, e dois generais.
Juízes de instrução da unidade de crimes contra a humanidade do tribunal de Paris investigam desde abril de 2021 os crimes atribuídos ao regime sírio, após a denúncia apresentada por três grupos, entre eles o Centro Sírio para a Imprensa e a Liberdade de Expressão (SCM).
As investigações também examinam os ataques executados em Adra e Duma na madrugada de 5 de agosto, que deixaram 450 feridos.
"Esta decisão constitui um precedente judicial histórico. É uma nova vitória para as vítimas, suas famílias e os sobreviventes, assim como um passo em direção à justiça e a uma paz duradoura na Síria", disse Mazen Darwish, fundador do SCM, em um comunicado.
O regime sírio enfrenta diversas ações judiciais na Europa, em particular na Alemanha. O conflito na Síria, iniciado em 2011, deixou mais de meio milhão de mortos e dividiu o país.
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