Cameron disse que Reino Unido seguirá ajudando UcrâniaAFP
A visita surpresa de Cameron, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, à Ucrânia é a primeira desde que ele foi nomeado ministro das Relações Exteriores na segunda-feira, 13.
"É uma grande honra conhecê-lo", disse o chanceler britânico à Zelensky, segundo um vídeo divulgado pela presidência ucraniana. "Queria que esta fosse a minha primeira visita. Admiro sua força e a determinação do povo ucraniano", acrescentou.
"Nós vamos continuar oferecendo apoio moral, diplomático e econômico, mas, acima de tudo, o apoio militar de que vocês precisam não apenas este ano e no próximo, e sim pelo tempo que for necessário", prometeu Cameron.
A mensagem foi bem recebida por Kiev, que defende a manutenção do forte apoio europeu e dos Estados Unidos e que luta contra o desgaste após quase dois anos de guerra, em um momento em que surgem vozes no Ocidente a favor da redução da ajuda à Ucrânia frente à invasão russa. Zelensky agradeceu a Cameron pela visita, que considerou "muito importante".
"Agora você sabe que o mundo não está focado na situação no campo de batalha na Ucrânia (...) devido à crise no Oriente Médio", afirmou Zelensky, em referência à guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
"A Rússia pensa que o Ocidente acabará concentrando sua atenção em outros lugares. Mas isso é falso", disse o diplomata do Reino Unido, país que é o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, com 4,6 bilhões de libras (5,7 bilhões de dólares, ou 27,6 bilhões de reais, na cotação atual) prometidos até o momento.
Ofensiva russa em Avdiivka
A Ucrânia está tentando reforçar sua defesa área frente à chegada do inverno, prevendo um novo ataque russo à sua rede de energia, como ocorreu um ano atrás, quando milhões de ucranianos ficaram sem aquecimento, ou eletricidade.
Durante o encontro em Kiev, Cameron também foi informado sobre a situação militar, com a linha de frente praticamente congelada há um ano, apesar da contraofensiva ucraniana lançada em junho.
O chefe do Exército da Ucrânia, Valeri Zalujni, admitiu no início de novembro que as duas forças militares estão "em um impasse".
Apesar disso, as tropas de Kiev conseguiram, recentemente, estabelecer posições na margem esquerda do rio Dniepre, na região de Kherson, no sul ocupado pelos russos.
Se os ucranianos conseguirem penetrar nas linhas russas nesse setor, será um êxito significativo, mas as forças do Kremlin não recuam e continuam bombardeando o sul, além de manterem uma ofensiva no leste.
Nos últimos dias, o Exército russo intensificou seu ataque sobre Avdiivka, no leste da Ucrânia, afirmou o prefeito desta cidade nesta quinta-feira. De acordo com ele, a situação "é muito tensa", e os russos atacam com ajuda da infantaria "quase 24 horas por dia".
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