Primeiro-ministro do Japão, Fumio KishidaAFP
Premiê japonês pede fim do veto chinês aos produtos marítimos do país
Depois que Tóquio começou a despejar no Oceano Pacífico a água tratada de Fukushima, a China acusou o Japão de tratar o mar como um 'esgoto'
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que exigiu na quinta-feira (16) que o presidente da China, Xi Jinping, suspenda a proibição das importações de produtos marítimos japoneses imposta por Pequim após o despejo de água da central nuclear acidentada de Fukushima.
Em sua primeira reunião em um ano, à margem do encontro de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), Kishida também expressou preocupação com a crescente atividade militar da China e sua colaboração com a Rússia.
Depois que Tóquio começou, em agosto, a despejar no Oceano Pacífico a água tratada de Fukushima, a China acusou o Japão de tratar o mar como um "esgoto" e proibiu a importação de todos os produtos marítimos japoneses, um veto que recebeu a adesão da Rússia pouco depois.
"Pedi de forma insistente uma resposta baseada em evidências científicas e a suspensão imediata das restrições às importações de produtos alimentares japoneses", disse Kishida sobre a reunião.
O presidente chinês, no entanto, respondeu que "o despejo de água contaminada da central (...) de Fukushima afeta a saúde de toda a humanidade", informou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.
O Japão insiste que o despejo da água é seguro, uma opinião apoiada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Kishida também expressou a Xi "sérias preocupações com a crescente atividade militar da China perto do Japão, incluindo sua colaboração com a Rússia", durante o encontro em San Francisco.
"Ao mesmo tempo, eu voltei a enfatizar a grande importância da paz e da estabilidade do Estreito de Taiwan para a comunidade internacional, incluindo o Japão", declarou Kishida à imprensa nipônica.
Por sua vez, a imprensa estatal chinesa destacou que Xi fez um apelo a seu interlocutor para "administrar adequadamente" as diferenças entre os países.
Pequim e Tóquio devem "seguir a tendência dos tempos, concentrar-se em interesses comuns e administrar adequadamente as diferenças", declarou Xi, segundo o canal estatal “CCTV”.
Também defendeu um compromisso com a construção de "uma relação China-Japão que atenda aos requisitos da nova era (...) coexistência pacífica, amizade geracional, cooperação mútua e benéfica e o desenvolvimento comum", disse Xi.
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