Cúpula Apec termina sem unanimidade sobre Ucrânia e GazaBrendan Smialowski / AFP

A cúpula de líderes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) foi concluída nesta sexta-feira (17) em San Francisco sem unanimidade para incluir em sua declaração final uma "condenação" à "agressão" da Rússia à Ucrânia ou referências ao conflito entre Israel e o Hamas.
"Alguns líderes se opuseram à inclusão deste texto" na declaração final "argumentando que não consideram que a Apec seja um fórum para debater questões geopolíticas", especificou o presidente do fórum, os Estados Unidos, composto por 21 economias no total, incluindo Rússia e China, com opiniões discordantes.
"A maioria dos membros condena veementemente a agressão contra a Ucrânia e destaca a necessidade de alcançar uma paz justa e duradoura com base nos princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo a integridade territorial, a soberania e a independência política da Ucrânia", acrescentou.
"Observamos com profunda preocupação o impacto adverso da guerra na Ucrânia e destacamos que ela está causando um sofrimento humano imenso e exacerbando as fragilidades existentes na economia global", diz o texto.
Nenhum dos temas em questão foi incluído na declaração final do fórum, após a reunião de líderes em San Francisco, Califórnia, que priorizou apenas promessas de cooperação econômica.
Os Estados Unidos esclareceram no documento anexo que o bloco simplesmente havia "debatido pontos de vista sobre a crise atual em Gaza".
Em 7 de outubro, ocorreu um ataque transfronteiriço por parte dos combatentes do Hamas que deixou cerca de 1.200 mortos e 240 pessoas feitas reféns, segundo Israel.
Em resposta, Israel lançou no mês passado uma intensa campanha aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza, em uma retaliação que, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, matou 12 mil pessoas, a maioria civis.
A Apec, focada na cooperação econômica e no comércio, reúne países como a Indonésia, de maioria muçulmana, e os Estados Unidos, o aliado mais importante de Israel.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre quem pesa um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por ordenar a invasão da Ucrânia, não estava entre os líderes que compareceram à reunião. Ele foi representado pelo vice-primeiro-ministro Alexei Overchuk.