Catherine Russell, diretora-executiva da UnicefAFP
"Mais de 5.300 crianças palestinas morreram em apenas 46 dias, o que representa 115 crianças por dia, durante semanas e semanas", declarou Catherine Russell, diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Além disso, há cerca de 1.200 crianças desaparecidas no território palestino, que podem estar enterradas sob os escombros dos bombardeios.
"De acordo com esses números, as crianças representam 40% dos mortos em Gaza. Não há precedentes. Ou seja, a Faixa de Gaza é o lugar mais perigoso do mundo para uma criança", adicionou.
Para além das vítimas diretas dos combates, alertou também sobre os riscos de epidemias pela falta de água potável, em particular para os recém-nascidos, e o impacto da desnutrição.
"Os menores de Gaza estão em uma situação de perigo extremo devido às condições de vida catastróficas. Um milhão de crianças, todos do território, enfrentam a insegurança alimentar, o que pode em breve se tornar uma crise catastrófica relacionada à desnutrição", alertou. "Calculamos que no próximos meses, a emaciação, forma de desnutrição infantil que coloca mais vidas em risco, pode aumentar em quase 30% em Gaza".
"Para que as crianças sobrevivam, para que os trabalhadores humanitários possam ficar e agir, as pausas humanitárias simplesmente não são suficientes", insistiu a responsável do Unicef, que celebrou o acordo anunciado entre Israel e Hamas para a libertação dos reféns detidos em Gaza em troca de uma trégua de quatro dias.
"O Unicef pede um cessar-fogo humanitário urgente para encerrar imediatamente esta carnificina". A diretora do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Natalia Kanem, expressou sua preocupação pelo destino de mulheres grávidas na Faixa de Gaza e seus futuros bebês.
"Em meio aos confrontos e a devastação, há atualmente 5.500 mulheres grávidas em Gaza que vão dar à luz no mês que vem. Todo dia, cerca de 180 mulheres dão à luz em condições assustadoras, e o futuro de seus recém-nascidos é incerto", declarou.
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