Daniel Noboa deve completar o mandato inacabado do direitista Guillermo LassoAFP
Daniel Noboa toma posse como presidente mais jovem do Equador
Filho do magnata da banana Álvaro Noboa chegou ao poder aos 35 anos para governar por um curto e incomum período de 18 meses
O empresário milionário Daniel Noboa tomará posse nesta quinta-feira, 23, no Congresso do Equador como o presidente mais jovem da história de um país abalado pela violência do narcotráfico e pela instabilidade política.
Autoproclamado de centro-esquerda e apoiado por forças de direita, o filho do magnata da banana Álvaro Noboa chegou ao poder aos 35 anos para governar por um curto e incomum período de 18 meses.
Daniel Noboa deve completar o mandato inacabado do direitista Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso em maio e convocou eleições antecipadas para evitar um julgamento político por corrupção, promovido por deputados da oposição que formavam a maioria.
Somada à crise institucional está a violência das gangues de traficantes com poder internacional, que resultou em cerca de 3.600 assassinatos neste ano, segundo o Observatório Equatoriano do Crime Organizado.
Com pouca experiência política e escasso apoio no Parlamento, o governo de Noboa será "estruturalmente fraco" como o dos seus antecessores, incluindo o de Lenín Moreno (2017-2021), disse à AFP o cientista político Santiago Cahuasquí, da Universidade Internacional SEK.
"Deve assumir que é um governo de transição (...) e, portanto, deve ser altamente pragmático e realista em relação às suas capacidades e objetivos que vai traçar, para que não volte a gerar frustração aos equatorianos", acrescentou.
Nascido nos Estados Unidos e formado em renomadas universidades estrangeiras, o novo presidente é sommelier, sabe de música, tentou ser vegetariano, coleciona pimenta e é apaixonado por carros e cavalos, segundo sua assessoria de imprensa. Seu pai tentou, sem sucesso, tornar-se presidente cinco vezes.
No segundo turno, em 15 de outubro, Noboa derrotou a esquerdista Luisa González, líder do ex-governador socialista Rafael Correa (2007-2017), com 52% dos votos.
Mas o movimento do novo presidente – Ação Democrática Nacional (ADN) – conquistou apenas 17 das 137 cadeiras parlamentares.
Na sexta-feira, Noboa aliou-se ao correísmo (principal força com 51 cadeiras e forte crítico de seu pai) e ao Partido Social Cristão (PSC, 18) de direita para criar uma maioria na hora de designar autoridades como presidente e dois vice-presidentes do Congresso. "As forças estão fragmentadas e há volatilidade", enfatizou Cahuasquí.
Noboa tomará posse em Quito durante evento com a presença dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da Bolívia, Luis Arce, além do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, e dos chanceleres do Panamá, Haiti, Peru e Costa Rica, segundo indicou o Ministério das Relações Exteriores à AFP.
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