Alberto Fernández, presidente da ArgentinaGabriel Bouys/AFP

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, denunciou neste domingo (26) ter recebido ameaças anônimas no último ano enquanto viajava em seu helicóptero oficial, faltando duas semanas para transferir o comando para o ultradireitista Javier Milei.
"Enquanto fui presidente duas ou três vezes, enquanto viajava de helicóptero da Casa Rosada para (a residência oficial de) Olivos, uma mira telescópica apareceu dentro do helicóptero", disse Fernández ao jornal Perfil.
Os episódios narrados por Fernández ocorreram "após" a tentativa fracassada de assassinato em 2022 de sua vice-presidente, Cristina Kirchner, embora o presidente não tenha especificado as datas.
Em 1º de setembro de 2022, Fernando Sabag Montiel, armado com uma pistola, misturou-se com apoiadores de Kirchner em frente à sua casa em Buenos Aires e disparou diversas vezes sem conseguir detonar os tiros.
O presidente disse agora que depois do ataque foi apontado "com um raio laser (...) alguém com uma arma apontando o laser ao" helicóptero presidencial.
"Não creio que ele pretendesse atirar no helicóptero. Não sei. O que ele queria era que eu recebesse a mensagem de que havia uma mira telescópica apontando para o helicóptero", disse Fernández.
O presidente garantiu: "Não aconteceu comigo uma vez, aconteceu comigo duas, três ou quatro vezes, e com a minha custódia vimos e ficamos calados porque dissemos: ‘Não vamos fazer disso um problema".
"É preciso compreender", disse ao Perfil, que as famílias dos políticos "vivem permanentemente ameaçadas nas redes sociais ou ameaçadas por e-mail ou ameaçadas pelo WhatsApp, permanentemente". Fernández deixará a presidência em 10 de dezembro.