Josep Borrell, chefe da diplomacia da União EuropeiaFrederick Florin/AFP

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, pediu nesta segunda-feira uma prorrogação da trégua na Faixa de Gaza, que deve terminar na terça-feira (28), para que seja "duradoura" e permita avançar para uma "solução política" para o conflito.
De acordo com fonte do Hamas, uma possível prorrogação do acordo já está sendo viabilizada. A comunidade israelense, no entanto, teme que o período de trégua possa servir para que os membros do Hamas se fortaleçam novamente.

A trégua, um "primeiro passo importante" segundo Borrell, "deve ser prorrogada para torná-la sustentável e duradoura enquanto se trabalha por uma solução política", afirmou o chefe da diplomacia da UE na abertura de uma reunião em Barcelona da União pelo Mediterrâneo, um fórum que reúne os países europeus e da bacia do Mediterrâneo.

"Uma solução política que nos permita romper o ciclo de violência de uma vez por todas", acrescentou o espanhol, que também considerou que "não haverá paz nem segurança para Israel sem um Estado palestino".

"Nada pode justificar a brutalidade indiscriminada que o Hamas empregou contra civis em 7 de outubro. Mas um horror não pode justificar outro horror", afirmou, em referência à represália do Exército israelense e ao "sofrimento da população civil em Gaza".
Trégua

A trégua, que entrou em vigor na manhã de sexta-feira em Gaza, deve terminar na terça-feira às 7h00 (2h00 de Brasília). O acordo que permitiu a trégua prevê a entrada de ajuda humanitária em Gaza procedente do Egito, assim como a libertação de 50 reféns e 150 prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Uma cláusula do acordo permite a ampliação do mesmo para a libertação diária de 10 reféns do Hamas em troca de 30 presos palestinos em Israel.

O Hamas afirmou em um comunicado que busca "prolongar a trégua além dos quatro dias", com o objetivo de "aumentar o número de prisioneiros liberados".
Guerra

Israel iniciou a ofensiva contra o território após o ataque do Hamas em 7 de outubro, de violência e dimensão sem precedentes desde a fundação do país em 1948.

As autoridades israelenses afirmam que 1.200 pessoas morreram no ataque dos combatentes do Hamas e que quase 240 foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança israelenses.

No território palestino, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a ofensiva israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Além disso, a Defesa Civil de Gaza calcula que 7.000 pessoas estão desaparecidas.